histmus blog

11/03/2011

Beethoven : biografia em português

. neste blog você poderá encontrar a referência de um bom livro sobre Beethoven em português: basta ir à página bibliografia em português

. . o artigo abaixo foi extraído da Wikipedia, the free encyclopedia em português

. . . este artigo está mais completo em inglês também publicado neste blog

 

* * *

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Beethoven (AFI? [ˈluːt.vɪç fan ˈbeːt.hoːfən]Bonn, batizado em 17 de dezembro de 1770[1] — Viena26 de março de 1827) foi um compositor alemão, do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e oRomantismo (século XIX). É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem, como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos. “O resumo de sua obra é a liberdade,” observou o crítico alemão Paul Bekker (1882-1937), “a liberdade política, a liberdade artística do indivíduo, sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida”.

Biografia

Família

Beethoven foi batizado em 17 de Dezembro de 1770, tendo nascido presumivelmente no dia anterior, na Renânia do Norte (Alemanha). Sua família era de origem flamenga, cujo sobrenome significava horta de beterrabas e no qual a partícula van não indicava nobreza alguma.[2] Seu avô, Lodewijk van Beethoven – também chamado Luís na tradução -, de quem herdou o nome, nasceu na Antuérpia, em 1712, e emigrou para Bonn, onde foi maestro de capela do príncipe eleitor. Descendia de artistas, pintores e escultores, era músico e foi nomeado regente da Capela Arquiepiscopal na corte da cidade de Colónia. Na mesma capela, seu filho, o pai de Ludwig, era tenor e também leccionava. Foi dele que Beethoven recebeu as suas primeiras lições de música, o qual o pretendeu afirmar como menino prodígio ao piano, tal seria a facilidade demonstrada desde muito cedo para tal. Por isso o obrigava a estudar música todos os dias, durante muitas horas, desde os cinco anos de idade. No entanto, seu pai terminou consumido pelo álcool, pelo que a sua infância se manifestou como infeliz, por isso.

Sua mãe, Maria Magdalena Kewerich (17461787), era filha do chefe de cozinha do príncipe da RenâniaJohann Heinrich Keverich. Casou-se duas vezes. O primeiro marido foi Johann Leym (17331765). Tiveram apenas um filho,Johann Peter Anton, que nasceu e morreu em 1764. Depois da morte do marido, Magdalena, viúva, casou-se comJohann van Beethoven (17401792). Tiveram sete filhos: o primeiro, Ludwig Maria, que nasceu e morreu no ano de1769; o segundo Ludwig van Beethoven (17701827), o compositor, que morreu com 57 anos; o terceiro, Kaspar Anton Carl van Beethoven (17741815) que também tinha dotes para a música e que morreu com 41 anos; o quarto,Nicolaus Johann van Beethoven (17761848), que se tornou muito rico, graças à indústria farmacêutica, e que morreu com 72 anos; a quinta, Anna Maria, que nasceu e morreu em 1779; o sexto, Franz Georg (17811783), que morreu com dois anos de idade e a sétima, Maria Magdalena (17861787), que morreu com apenas um ano de idade. Portanto, Beethoven – que foi o terceiro filho da sua mãe e o segundo do seu pai – teve seis irmãos, quatro dos quais morreram na infância. Quanto aos irmãos vivos, Beethoven foi o primeiro, Kaspar foi o segundo e Nicolaus o terceiro.

Início de carreira

Ludwig nunca teve estudos muito aprofundados, mas sempre revelou um talento excepcional para a música. Com apenas oito anos de idade, foi confiado a Christian Gottlob Neefe (17481798), o melhor mestre de cravo da cidade,[3] que lhe deu uma formação musical sistemática, e lhe deu a conhecer os grandes mestres alemães da música. Numa carta publicada em 1780, pela mão de seu mestre, afirmava que seu discípulo, de dez anos, dominava todo o repertório de Johann Sebastian Bach, e que o apresentava como um segundo Mozart. Compôs as suas primeiras peças aos onze anos de idade, iniciando a sua carreira de compositor, de onde se destacam alguns Lieder. Os seus progressos foram de tal forma notáveis que, em 1784, já era organista-assistente da Capela Eleitoral, e pouco tempo depois, foi violoncelista na orquestra da corte e professor, assumindo já a chefia da família, devido à doença do pai – alcoolismo. Foi neste ano que conheceu um jovem Conde de Waldstein, a quem mais tarde dedicou algumas das suas obras, pela sua amizade. Este, percebendo o seu grande talento, enviou-o, em 1787, para Viena, a fim de ir estudar comJoseph Haydn. O Arquiduque de Áustria, Maximiliano, subsidiou então os seus estudos. No entanto, teve que regressar pouco tempo depois, assistindo à morte de sua mãe. A partir daí, Ludwig, com apenas dezessete anos de idade, teve que lutar contra dificuldades financeiras, já que seu pai tinha perdido o emprego, devido ao seu já elevado grau de alcoolismo.

Foi o regresso de Viena que o motivou a um curso de literatura. Foi aí que teve o seu primeiro contacto com Ideais da Revolução Francesa, com o Iluminismo e com um movimento literário românticoSturm und Drang – Tempestade e Ímpeto/Paixão;[4] dos quais, um dos seus melhores amigos, Friedrich Schiller, foi, juntamente com Johann Wolfgang von Goethe, dos líderes mais proeminentes deste movimento, que teria uma enorme influência em todos os setores culturais na Alemanha.

Viena

Em 1792, já com 21 anos de idade, muda-se para Viena onde, afora algumas viagens, permanecerá para o resto da vida. Foi imediatamente aceito como aluno por Joseph Haydn, o qual manteve o contacto à primeira estadia de Ludwig na cidade. Procura então complementar mais os seus estudos, o que o leva a ter aulas com Antonio Salieri, com Foerster e Albrechtsberger, que era maestro de capela na Catedral de Santo Estêvão. Tornou-se então um pianista virtuoso, cultivando admiradores, os quais muitos da aristocracia. Começou então a publicar as suas obras (17931795). O seu Opus 1 é uma colecção de 3 Trios para PianoViolino eVioloncelo. Afirmando uma sólida reputação como pianista, compôs suas primeiras obras-primas: as Três Sonatas para Piano Op.2 (17941795). Estas mostravam já a sua forte personalidade.

Surdez em Viena

Foi em Viena que lhe surgiram os primeiros sintomas da sua grande tragédia. Foi-lhe diagnosticado, por volta de 1796, tinha Ludwig os seus 26 anos de idade, a congestão dos centros auditivos internos, o que lhe transtornou bastante o espírito, levando-o a isolar-se e a grandes depressões.

Ó homens que me tendes em conta de rancoroso, insociável e misantropo, como vos enganais. Não conheceis as secretas razões que me forçam a parecer deste modo. Meu coração e meu ânimo sentiam-se desde a infância inclinados para o terno sentimento de carinho e sempre estive disposto a realizar generosas acções; porém considerai que, de seis anos a esta parte, vivo sujeito a triste enfermidade, agravada pela ignorância dos médicos.

— Ludwig van Beethoven, inTestamento de Heilingenstadt, a6 de Outubro de1802

Consultou vários médicos, inclusive o médico da corte de Viena. Fez curativos, realizou balneoterapia, usou cornetas acústicas, mudou de ares; mas os seus ouvidos permaneciam arrolhados. Desesperado, entrou em profunda crise depressiva e pensou em suicidar-se.

Devo viver como um exilado. Se me acerco de um grupo, sinto-me preso de uma pungente angústia, pelo receio que descubram meu triste estado. E assim vivi este meio ano em que passei no campo. Mas que humilhação quando ao meu lado alguém percebia o som longínquo de uma flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto de um pastor e eu nada escutava! Esses incidentes levaram-me quase ao desespero e pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, eu pusesse fim à minha existência. Só a arte me amparou!

— Ludwig van Beethoven, inTestamento de Heilingenstadt, a 6 de Outubro de1802

Embora tenha feito muitas tentativas para se tratar, durante os anos seguintes, a doença continuou a progredir e, aos 46 anos de idade (1816), estava praticamente surdo. Porém, ao contrário do que muitos pensam, Ludwig jamais perdeu a audição por completo, muito embora nos seus últimos anos de vida a tivesse perdido, condições que não o impediram de acompanhar uma apresentação musical ou de perceber nuances timbrísticas.

O génio

No entanto, o seu verdadeiro génio só foi realmente revisado com a publicação das suas Op. 7 e Op. 10, entre 1796 e1798: a sua Quarta Sonata para Piano em Mi Maior, e as suas Quinta em Dó MenorSexta em Fá MaiorSétima em Ré Maior Sonatas para Piano.

Em 2 de Abril de 1800, a sua Sinfonia nº1 em Dó maior, Op. 21 faz a sua estreia em Viena. Porém, no ano seguinte, confessa aos amigos que não está satisfeito com o que tinha composto até então, e que tinha decidido seguir um novo caminho. Em 1802, escreve o seu testamento, mais tarde revisto como Testamento de Heilingenstadt, por ter sido escrito na localidade austríaca de Heilingenstadt, então subúrbio de Viena, dirigido aos seus dois irmãos vivos: Kaspar Anton Carl van Beethoven (17741815) e Nicolaus Johann van Beethoven (17761848).

Finalmente, entre 18021804, começa a trilhar aquele novo caminho que ambiciona, com a apresentação de Sinfonia nº3 em Mi bemol Maior, Op.55, intitulada de Eróica. Uma obra sem precedentes na história da música sinfônica, considerada o início do período Romântico, na Música Erudita. Os anos seguintes à Eroica foram de extraordinária fertilidade criativa, e viram surgir numerosas obras-primas: a Sonata para Piano nº 21 em Dó maior, Op.53, intitulada de Waldstein, entre 18031804); a Sonata para Piano nº 23 em Fá menor, Op.57, intitulada de Appassionata, entre 18041805; oConcerto para Piano nº 4 em Sol Maior, Op.58, em 1806; os Três Quartetos de Cordas, Op.59, intitulados de Razumovsky, em 1806; a Sinfonia nº 4 em Si bemol Maior, Op.60, também em 1806; o Concerto para Violino em Ré Maior, Op.61, entre 18061807; a Sinfonia nº 5 em Dó Menor, Op.67, entre 1807 e1808; a Sinfonia nº 6 em Fá maior, Op.68, intitulada de Pastoral, também entre 18071808; a Ópera Fidelio, Op.72, cuja versão definitiva data de 1814; e oConcerto para Piano nº 5 em Mi bemol Maior, Op.73, intitulado de Imperador, em 1809.

Ludwig escreveu ainda uma Abertura, música destinada a ilustrar uma peça teatral, uma tragédia em cinco actos de GoetheEgmont. E muito se conta do encontro entre Johann Wolfgang von Goethe e Ludwig van Beethoven.

“Uma criatura completamente indomável.”

— ”’Johann Wolfgang von Goethe, sobre Ludwig van Beethoven’

Crise criativa

Depois de 1812, a surdez progressiva aliada à perda das esperanças matrimoniais e problemas com a custódia do sobrinho levaram-no a uma crise criativa, que faria com que durante esses anos ele escrevesse poucas obras importantes.

Neste espaço de tempo, escreve a Sinfonia nº 7 em Lá Maior, Op.92, entre 18111812, a Sinfonia nº 8 em Fá Maior, Op.93, em 1812, e o Quarteto em Fá Menor, Op.95, intitulado de Serioso, em 1810.

A partir de 1818, Ludwig, aparentemente recuperado, passou a compor mais lentamente, mas com um vigor renovado. Surgem então algumas de suas maiores obras: a Sonata nº 29 em Si bemol Maior, Op.106, intitulada de Hammerklavier, entre 18171818; a Sonata nº 30 em Mi Maior, Op.109 (1820); a Sonata nº 31 em Lá bemol Maior, Op.110 (18201821); a Sonata nº 32 em Dó Menor, Op.111(18201822); as Variações Diabelli, Op.120 (1819.1823), a Missa Solemnis, Op.123 (18181822).

Derradeiros anos

A culminância destes anos foi a Sinfonia nº 9 em Ré Menor, Op.125 (18221824), para muitos a sua maior obra-prima. Pela primeira vez é inserido um coral num movimento de uma sinfonia. O texto é uma adaptação do poema de Friedrich Schiller, “Ode à Alegria”, feita pelo próprio Ludwig van Beethoven.

Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até à morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!

— parte do verso da Ode à Alegria, de Friedrich Schiller, utilizado por Ludwig van Beethoven.

A obra de Beethoven refletiu em um avivamento cultural. Conforme o historiador Paul Johnson, “Existia uma nova fé e Beethoven era o seu profeta. Não foi por acidente que, aproximadamente na mesma época, as novas casas de espetáculo recebiam fachadas parecidas com as dos templos, exaltando assim o status moral e cultural da sinfonia e da música de câmara.”

Os anos finais de Ludwig foram dedicados quase exclusivamente à composição de Quartetos para Cordas. Foi nesse meio que ele produziu algumas de suas mais profundas e visionárias obras, como o Quarteto em Mi bemol Maior, Op.127 (18221825); o Quarteto em Si bemol Maior, Op.130 (18251826); oQuarteto em Dó sustenido Menor, Op.131 (1826); o Quarteto em Lá Menor, Op.132 (1825); a Grande Fuga, Op.133 (1825), que na época criou bastante indignação, pela sua realidade praticamente abstrata; e o Quarteto em Fá Maior, Op.135 (1826).

De 1816 até 1827, ano da sua morte, ainda conseguiu compor cerca de 44 obras musicais. Sua influência na história da música foi imensa. Ao morrer, a 26 de Março de 1827, estava a trabalhar numa nova sinfonia, assim como projectava escrever um Requiem. Ao contrário de Mozart, que foi enterrado anonimamente em uma vala comum (o que era o costume na época), 20.000 cidadãos vienenses enfileiraram-se nas ruas para o funeral de Beethoven, em 29 de março de 1827. Franz Schubert, que morreu no ano seguinte e foi enterrado ao lado de Beethoven, foi um dos portadores da tocha. Depois de uma missa de réquiem na igreja da Santíssima Trindade (Dreifaltigkeitskirche), Beethoven foi enterrado no cemitério Währing, a noroeste de Viena. Seus restos mortais foram exumados para estudo, em 1862, sendo transferidos em 1888 para o Cemitério Central de Viena.[5]

Há controvérsias sobre a causa da morte de Beethoven, sendo citados cirrose alcoólicasífilishepatite infecciosaenvenenamentosarcoidosedoença de Whipple.[6] [7] Amigos e visitantes, antes e após a sua morte haviam cortado cachos de seus cabelos, alguns dos quais foram preservadas e submetidos a análises adicionais, assim como fragmentos do crânio removido durante a exumação em 1862.[8] Algumas dessas análises têm levado a afirmações controversas de que Beethoven foi acidentalmente levado à morte por envenenamento devido a doses excessivas de chumbo à base de tratamentos administrados sob as instruções do seu médico.[9][10][11]

Vida artística, síntese

A sua vida artística poderá ser dividida – o que é tradicionalmente aceitado desde o estudo, publicado em 1854, de Wilhelm von Lenz – em três fases: a mudança para Viena, em 1792, quando alcança a fama de brilhantíssimo improvisador ao piano; por volta de 1794, se inicia a redução da sua acuidade auditiva, fato que o leva a pensar em suicídio; os últimos dez anos de sua vida, quando fica praticamente surdo, e passa a escrever obras de carácter maisabstrato.

Em 1801, Beethoven afirma não estar satisfeito com o que compôs até então, decidindo tomar um “novo caminho”. Dois anos depois, em 1803, surge o grande fruto desse “novo caminho”: a sinfonia nº3 em Mi bemol Maior, apelidada de “Eroica“, cuja dedicatória a Napoleão Bonaparte foi retirada com alguma polémica. A sinfonia Eroica era duas vezes mais longa que qualquer sinfonia escrita até então.

Em 1808, surge a Sinfonia nº5 em Dó menor (sua tonalidade preferida), cujo famoso tema da abertura foi considerado por muitos como uma evidência da sua loucura.

Em 1814, na segunda fase, Beethoven já era reconhecido como o maior compositor do século.[carece de fontes]

Em 1824, surge a Sinfonia nº9 em Ré Menor. Pela primeira vez na história da música, é inserido um coral numa sinfonia, inserida a voz humana como exaltação dionisíaca da fraternidade universal, com o apelo à aliança entre as artes irmãs: a poesia e a música.

Beethoven começou a compor música como nunca antes se houvera ouvido. A partir de Beethoven a música nunca mais foi a mesma[carece de fontes]. As suas composições eram criadas sem a preocupação em respeitar regras que, até então, eram seguidas. Considerado um poeta-músico, foi o primeiro romântico apaixonado pelo lirismo dramático e pela liberdade de expressão. Foi sempre condicionado pelo equilíbrio, pelo amor à natureza e pelos grandes ideais humanitários[carece de fontes]. Inaugura, portanto, a tradição de compositor livre, que escreve música para si, sem estar vinculado a um príncipe ou a um nobre. Hoje em dia muitos críticos o consideram como o maior compositor do século XIX, a quem se deve a inauguração do período Romântico, enquanto que outros o distinguem como um dos poucos homens que merecem a adjetivação de “génio”.

Curiosidades

Seções de curiosidades são desencorajadas pelas políticas da Wikipédia.
Este artigo pode ser melhorado, integrando ao texto os itens relevantes e removendo os supérfluos ou impróprios.
  • Ludwig era canhoto[12] e devido à sua tez morena e cabelos muito negros, tratavam-no de “o espanhol”.
  • Dentre seus problemas de saúde, ficou com o rosto marcado pela varíola.
  • Otto Maria Carpeaux, na sua obra Uma Nova História da Música, afirma que Ludwig assistiu à primeira apresentação pública da sua 9ª Sinfonia, ao lado de Umlauf, que a regeu – como ficou registrado por Schindler e mais tarde por Grove -, mas abstraído na leitura da partitura, não pôde perceber que estava sendo ovacionado até que Umlauf, tocando no seu braço, voltou a sua atenção à sala, e então Beethoven inclinou-se diante do público que o aplaudia.
  • Hans von Bülow refere-se a Beethoven como um dos “três Bs da música” (os outros dois seriam BachBrahms), considerando as suas 32 sonatas para piano como o Novo Testamento da música.
  • Existem especulações históricas sobre um provável encontro entre Beethoven e Wolfgang Amadeus Mozart, mas não existe nenhum facto histórico que possa comprovar esta hipótese.

 

• • • • •

 

10/03/2011

Beethoven : biografia em inglês

. textos e links sobre Beethoven

. . neste blog você poderá encontrar a referência de um bom livro sobre Beethoven em português: basta ir à página bibliografia em português

. . . o artigo abaixo foi extraído da Wikipedia, the free encyclopedia em inglês

. . . . para quem não lê inglês, acesse a tradução pelo google

. . . . . este artigo em inglês está mais completo do que a versão em português também publicada neste blog


* * *

Ludwig van Beethoven
From Wikipedia, the free encyclopedia
Ludwig van Beethoven[1] (baptized 17 December 1770[2]–26 March 1827) was a German[3] composer and pianist. The crucial figure in the transition between the Classical and Romantic eras in Western art music, he remains one of the most famous and influential composers of all time.

Born in Bonn, then the capital of the Electorate of Cologne and part of the Holy Roman Empire of the German Nation in present-day Germany, Beethoven moved to Vienna in his early 20s, studying with Joseph Haydn and quickly gaining a reputation as a virtuoso pianist. His hearing began to deteriorate in the late 1790s, yet he continued to compose, conduct, and perform, even after becoming completely deaf.


Biography

Background and early life

Beethoven was the grandson of a musician of Flemish origin named Lodewijk van Beethoven (1712–73).[3] Beethoven was named after his grandfather, as Lodewijk is theDutch cognate of Ludwig. Beethoven’s grandfather was employed as a bass singer at the court of the Elector of Cologne, rising to become Kapellmeister (music director). He had one son, Johann van Beethoven (1740–1792), who worked as a tenor in the same musical establishment, also giving lessons on piano and violin to supplement his income.[3] Johann married Maria Magdalena Keverich in 1767; she was the daughter of Johann Heinrich Keverich, who had been the head chef at the court of the Archbishopric of Trier.[4]

Beethoven was born of this marriage in Bonn. There is no authentic record of his birthday; however, the registry of his baptism, in a Roman Catholic service at the Parish of St. Regius on 17 December, 1770, survives.[5] As children of that era were traditionally baptised the day after birth in the Catholic Rhine country, and it is known that Beethoven’s family and his teacherJohann Albrechtsberger celebrated his birthday on 16 December, most scholars accept 16 December, 1770 as Beethoven’s date of birth.[6][7] Of the seven children born to Johann van Beethoven, only the second-born, Ludwig, and two younger brothers survived infancy. Caspar Anton Carl was born on 8 April 1774, and Nikolaus Johann, the youngest, was born on 2 October 1776.[8]

Beethoven’s first music teacher was his father. Tradition has it that Johann van Beethoven was a harsh instructor, and that the child Beethoven, “made to stand at the keyboard, was often in tears.”[3] However, the Grove Dictionary of Music and Musiciansclaimed that no solid documentation supported this, and asserted that “speculation and myth-making have both been productive.”[3] Beethoven had other local teachers: the court organist Gilles van den Eeden (d. 1782), Tobias Friedrich Pfeiffer (a family friend, who taught Beethoven piano), and a relative, Franz Rovantini (violin and viola).[3] His musical talent manifested itself early. Johann, aware of Leopold Mozart‘s successes in this area (with son Wolfgang and daughter Nannerl), attempted to exploit his son as a child prodigy, claiming that Beethoven was six (he was seven) on the posters for Beethoven’s first public performance in March 1778.[9]

Some time after 1779, Beethoven began his studies with his most important teacher in Bonn, Christian Gottlob Neefe, who was appointed the Court’s Organist in that year.[10] Neefe taught Beethoven composition, and byMarch 1783 had helped him write his first published composition: a set of keyboard variations (WoO 63).[8] Beethoven soon began working with Neefe as assistant organist, first on an unpaid basis (1781), and then as paid employee (1784) of the court chapel conducted by the Kapellmeister Andrea Luchesi. His first three piano sonatas, named “Kurfürst” (“Elector”) for their dedication to the Elector Maximilian Frederick, were published in 1783. Maximilian Frederick, who died in 1784, not long after Beethoven’s appointment as assistant organist, had noticed Beethoven’s talent early, and had subsidised and encouraged the young man’s musical studies.[11]

Maximilian Frederick’s successor as the Elector of Bonn was Maximilian Franz, the youngest son of Empress Maria Theresa of Austria, and he brought notable changes to Bonn. Echoing changes made in Vienna by his brother Joseph, he introduced reforms based on Enlightenment philosophy, with increased support for education and the arts. The teenage Beethoven was almost certainly influenced by these changes. He may also have been influenced at this time by ideas prominent infreemasonry, as Neefe and others around Beethoven were members of the local chapter of the Order of the Illuminati.[12]

In March 1787 Beethoven traveled to Vienna (possibly at another’s expense) for the first time, apparently in the hope of studying with Mozart. The details of their relationship are uncertain, including whether or not they actually met.[13] After just two weeks there Beethoven learned that his mother was severely ill, and returned home. His mother died shortly thereafter, and the father lapsed deeper into alcoholism. As a result, Beethoven became responsible for the care of his two younger brothers, and he spent the next five years in Bonn.[14]

Beethoven was introduced to several people who became important in his life in these years. Franz Wegeler, a young medical student, introduced him to the von Breuning family (one of whose daughters Wegeler eventually married). Beethoven was often at the von Breuning household, where he was exposed to German and classical literature, and where he also taught piano to some of the children. The von Breuning family environment was also less stressful than his own, which was increasingly dominated by his father’s decline.[15] Beethoven came to the attention of Count Ferdinand von Waldstein, who became a lifelong friend and financial supporter.[16]

In 1789 Beethoven obtained a legal order by which half of his father’s salary was paid directly to him for support of the family.[17] He also contributed further to the family’s income by playing viola in the court orchestra. This familiarised Beethoven with a variety of operas, including three of Mozart‘s operas performed at court in this period. He also befriended Anton Reicha, a flautist and violinist of about his own age who was the conductor’s nephew.[18]

Establishing his career in Vienna

With the Elector’s help, Beethoven moved to Vienna in 1792.[19] He was probably first introduced to Joseph Haydn in late 1790, when the latter was traveling to London and stopped in Bonn around Christmas time.[20] They met in Bonn on Haydn’s return trip from London to Vienna in July 1792, and it is likely that arrangements were made at that time for Beethoven to study with the old master.[21] In the intervening years, Beethoven composed a significant number of works (none were published at the time, and most are now listed as works without opus) that demonstrated his growing range and maturity. Musicologistsidentified a theme similar to those of his third symphony in a set of variations written in 1791.[22] Beethoven left Bonn for Vienna in November 1792, amid rumors of war spilling out of France, and learned shortly after his arrival that his father had died.[23][24] Count Waldstein in his farewell note to Beethoven wrote: “Through uninterrupted diligence you will receive Mozart’s spirit through Haydn’s hands.”[24] Beethoven responded to the widespread feeling that he was a successor to the recently deceased Mozart over the next few years by studying that master’s work and writing works with a distinctly Mozartean flavor.[25]

Beethoven did not immediately set out to establish himself as a composer, but rather devoted himself to study and performance. Working under Haydn’s direction,[26] he sought to master counterpoint. He also studied violin under Ignaz Schuppanzigh.[27] Early in this period, he also began receiving occasional instruction from Antonio Salieri, primarily in Italian vocal composition style; this relationship persisted until at least 1802, and possibly 1809.[28] With Haydn’s departure for England in 1794, Beethoven was expected by the Elector to return home. He chose instead to remain in Vienna, continuing his instruction in counterpoint with Johann Albrechtsberger and other teachers. Although his stipend from the Elector expired, a number of Viennese noblemen had already recognised his ability and offered him financial support, among them Prince Joseph Franz LobkowitzPrince Karl Lichnowsky, and Baron Gottfried van Swieten.[29]

By 1793, Beethoven established a reputation as an improviser in the salons of the nobility, often playing the preludes andfugues of J. S. Bach‘s Well-Tempered Clavier.[30] His friend Nikolaus Simrock had begun publishing his compositions; the first are believed to be a set of variations (WoO 66).[31] By 1793, he had established a reputation in Vienna as a piano virtuoso, but he apparently withheld works from publication so that their publication in 1795 would have greater impact.[29] Beethoven’s first public performance in Vienna was in March 1795, a concert in which he debuted a piano concerto. It is uncertain whether this was the First or Second. Documentary evidence is unclear, and both concertos were in a similar state of near-completion (neither was completed or published for several years).[32][33] Shortly after this performance, he arranged for the publication of the first of his compositions to which he assigned an opus number, the piano trios of Opus 1. These works were dedicated to his patron Prince Lichnowsky,[32] and were a financial success; Beethoven’s profits were nearly sufficient to cover his living expenses for a year.[34]

Musical maturity

Between 1798 and 1802 Beethoven tackled what he considered the pinnacles of composition: the string quartet and the symphony. With the composition of hisfirst six string quartets (Op. 18) between 1798 and 1800 (written on commission for, and dedicated to, Prince Lobkowitz), and their publication in 1801, along with premieres of the First and Second Symphonies in 1800 and 1802, Beethoven was justifiably considered one of the most important of a generation of young composers following Haydn and Mozart. He continued to write in other forms, turning out widely known piano sonatas like the “Pathétique” sonata (Op. 13), which Cooper describes as “surpass[ing] any of his previous compositions, in strength of character, depth of emotion, level of originality, and ingenuity of motivic and tonal manipulation.”[35] He also completed his Septet (Op. 20) in 1799, which was one of his most popular works during his lifetime.

For the premiere of his First Symphony, Beethoven hired the Burgtheater on 2 April 1800, and staged an extensive program of music, including works by Haydn and Mozart, as well as the Septet, the First Symphony, and one of his piano concertos (the latter three works all then unpublished). The concert, which the Allgemeine musikalische Zeitung described as “the most interesting concert in a long time,” was not without difficulties; among other criticisms was that “the players did not bother to pay any attention to the soloist.”[36]

While Mozart and Haydn were undeniable influences (for example, Beethoven’s quintet for piano and winds is said to bear a strong resemblance to Mozart’s work for the same configuration, albeit with his own distinctive touches),[37] other composers like Muzio Clementi were also stylistic influences[citation needed]. Beethoven’s melodies, musical development, use of modulation and texture, and characterization of emotion all set him apart from his influences, and heightened the impact some of his early works made when they were first published.[38] By the end of 1800 Beethoven and his music were already much in demand from patrons and publishers.[39]

In May of 1799, Beethoven taught piano to the daughters of Hungarian Countess Anna Brunsvik. While this round of lessons lasted less than one month, Beethoven formed a relationship with the older daughter Josephine that has been the subject of speculation ever since. Shortly after these lessons, she married Count Josef Deym. Beethoven was a regular visitor at their house, teaching and playing at parties. While her marriage was by all accounts unhappy, the couple had four children, and her relationship with Beethoven did not intensify until after Deym died in 1804.[40]

Beethoven had few other students. From 1801 to 1805, he tutored Ferdinand Ries, who went on to become a composer and later wrote Beethoven remembered, a book about their encounters. The young Carl Czerny studied with Beethoven from 1801 to 1803. Czerny went on to become a renowned music teacher himself, instructing Franz Liszt, and gave the Vienna premiere of Beethoven’s fifth piano concerto (the “Emperor”) in 1812.[citation needed]}

Beethoven’s compositions between 1800 and 1802 were dominated by two works, although he continued to produce smaller works, including the Moonlight Sonata. In the spring of 1801 he completed The Creatures of Prometheus, a ballet. The work received numerous performances in 1801 and 1802, and Beethoven rushed to publish a piano arrangement to capitalise on its early popularity.[41] In the spring of 1802 he completed the Second Symphony, intended for performance at a concert that was ultimately canceled. The symphony received its premiere at a subscription concert in April 1803 at the Theater an der Wien, where Beethoven had been appointed composer in residence. In addition to the Second Symphony, the concert also featured the First Symphony, the Third Piano Concerto, and the oratorio Christ on the Mount of Olives. While reviews were mixed, the concert was a financial success; Beethoven was able to charge three times the cost of a typical concert ticket.[42]

Beethoven’s business dealings with publishers also began to improve in 1802 when his brother Carl, who had previously assisted him more casually, began to assume a larger role in the management of his affairs. In addition to negotiating higher prices for recently composed works, Carl also began selling some of Beethoven’s earlier unpublished works, and encouraged Beethoven (against the latter’s preference) to also make arrangements and transcriptions of his more popular works for other instrument combinations. Beethoven acceded to these requests, as he could not prevent publishers from hiring others to do similar arrangements of his works.[43]

Loss of hearing

Around 1796, Beethoven began to lose his hearing.[44] He suffered a severe form of tinnitus, a “ringing” in his ears that made it hard for him to perceive and appreciate music; he also avoided conversation. The cause of Beethoven’s deafness is unknown, but it has variously been attributed to syphilislead poisoning,typhusauto-immune disorder (such as systemic lupus erythematosus), and even his habit of immersing his head in cold water to stay awake. The explanation, from the autopsy of the time, is that he had a “distended inner ear” which developed lesions over time. Because of the high levels of lead found in samples of Beethoven’s hair, that hypothesis has been extensively analyzed. While the likelihood of lead poisoning is very high, the deafness associated with it seldom takes the form that Beethoven exhibited.[citation needed]

As early as 1801, Beethoven wrote to friends describing his symptoms and the difficulties they caused in both professional and social settings (although it is likely some of his close friends were already aware of the problems).[45] Beethoven, on the advice of his doctor, lived in the small Austrian town of Heiligenstadt, just outside Vienna, from April to October 1802 in an attempt to come to terms with his condition. There he wrote his Heiligenstadt Testament, a letter to his brothers which records his thoughts of suicide due to his growing deafness and records his resolution to continue living for and through his art.[46] Over time, his hearing loss became profound: there is a well-attested story that, at the end of the premiere of his Ninth Symphony, he had to be turned around to see the tumultuous applause of the audience; hearing nothing, he wept.[47] Beethoven’s hearing loss did not prevent his composing music, but it made playing at concerts—a lucrative source of income—increasingly difficult. After a failed attempt in 1811 to perform his own Piano Concerto No. 5 (the “Emperor”), which was premiered by his student Carl Czerny, he never performed in public again.

A large collection of Beethoven’s hearing aids such as a special ear horn can be viewed at the Beethoven House Museum in Bonn, Germany. Despite his obvious distress, Carl Czerny remarked that Beethoven could still hear speech and music normally until 1812.[48] By 1814 however, Beethoven was almost totally deaf, and when a group of visitors saw him play a loud arpeggio of thundering bass notes at his piano remarking, “Ist es nicht schön?” (Is it not beautiful?), they felt deep sympathy considering his courage and sense of humor (he lost the ability to hear higher frequencies first).[49]

As a result of Beethoven’s hearing loss, a unique historical record has been preserved: his conversation books. Used primarily in the last ten or so years of his life, his friends wrote in these books so that he could know what they were saying, and he then responded either orally or in the book. The books contain discussions about music and other matters, and give insights into his thinking; they are a source for investigation into how he felt his music should be performed, and also his perception of his relationship to art. 264 out of a total of 400 conversation books were destroyed (and others were altered) after Beethoven’s death by Anton Schindler, in an attempt to paint an idealised picture of the composer.[50]

Patronage

While Beethoven earned income from publication of his works and from public performances, he also depended on the generosity of patrons for income, for whom he gave private performances and copies of works they commissioned for an exclusive period prior to their publication. Some of his early patrons, including Prince Lobkowitz and Prince Lichnowsky, gave him annual stipends in addition to commissioning works and purchasing published works.[citation needed]

Perhaps Beethoven’s most important aristocratic patron was Archduke Rudolph, the youngest son of Emperor Leopold II, who in 1803 or 1804 began to study piano and composition with Beethoven. The cleric (Cardinal-Priest) and the composer became friends, and their meetings continued until 1824. Beethoven dedicated 14 compositions to Rudolph, including the Archduke Trio(1811) and his great Missa Solemnis (1823). Rudolph, in turn, dedicated one of his own compositions to Beethoven. The letters Beethoven wrote to Rudolph are today kept at the Gesellschaft der Musikfreunde in Vienna.[citation needed]

In the Autumn of 1808, after having been rejected for a position at the royal theatre, Beethoven received an offer fromNapoleon‘s brother Jérôme Bonaparte, then king of Westphalia, for a well-paid position as Kapellmeister at the court in Cassel. To persuade him to stay in Vienna, the Archduke Rudolph, Prince Kinsky and Prince Lobkowitz, after receiving representations from the composer’s friends, pledged to pay Beethoven a pension of 4000 florins a year. Only Archduke Rudolph paid his share of the pension on the agreed date. Kinsky, immediately called to duty as an officer, did not contribute and soon died after falling from his horse. Lobkowitz stopped paying in September 1811. No successors came forward to continue the patronage, and Beethoven relied mostly on selling composition rights and a small pension after 1815. The effects of these financial arrangements were undermined to some extent by war with France, which caused significant inflation when the government printed money to fund its war efforts.[citation needed]

The Middle period

Beethoven’s return to Vienna from Heiligenstadt was marked by a change in musical style, now recognised as the start of his “Middle” or “Heroic” period. According to Carl Czerny, Beethoven said, “I am not satisfied with the work I have done so far. From now on I intend to take a new way.”[51] This “Heroic” phase was characterised by a large number of original works composed on a grand scale.[52] The first major work employing this new style was the Third Symphony in E flat, known as the “Eroica.” While other composers had written symphonies with implied programs, or stories, this work was longer and larger in scope than any previous symphony. When it premiered in early 1805 it received a mixed reception. Some listeners objected to its length or misunderstood its structure, while others viewed it as a masterpiece.[53]

Beethoven composed ambitious works throughout the Middle period, often heroic in tone, extending the musical language Beethoven had inherited from Haydn and Mozart. The Middle period work includes the Third through Eighth Symphonies, the string quartets 7–11, the “Waldstein” and “Appassionata” piano sonatas, Christ on the Mount of Olives, the opera Fidelio, theViolin Concerto and many other compositions. During this time Beethoven earned his living from publishing and performances of his work, and from his patrons. His position at the Theater an der Wien was terminated when the theater changed management in early 1804, and he was forced to move temporarily to the suburbs of Vienna with his friend Stephan von Breuning. This slowed work on Fidelio, his largest work to date, for a time. It was delayed again by the Austrian censor, and finally premiered in November 1805 to houses that were nearly empty because of the French occupation of the city. In addition to being a financial failure, this version of Fidelio was also a critical failure, and Beethoven began revising it.[54]

The Middle period string quartets are Op. 59 no 1Op 59 no 2Op 59 no 3 (The Razumowski quartets), Op. 74 (the Harp) andOp 95. Beethoven’s publisher said that the world was not ready for them. The slow movement of Op. 59 no 2 has been described as the closest Beethoven got to heaven. Beethoven said that the Op. 95 quartet was not suitable for public performance.

The work of the Middle period established Beethoven’s reputation as a master. In a review from 1810, he was enshrined by E. T. A. Hoffmann as one of the three great “Romantic” composers; Hoffman called Beethoven’s Fifth Symphony “one of the most important works of the age.” A particular trauma for Beethoven occurred during this period in May 1809, when the attacking forces of Napoleon bombarded Vienna. According to Ferdinand Ries, Beethoven, very worried that the noise would destroy what remained of his hearing, hid in the basement of his brother’s house, covering his ears with pillows.[55] He was composing the “Emperor” Concerto at the time.

Personal and family difficulties

Beethoven met Giulietta Guicciardi in about 1800 through the Brunsvik family. He mentions his love for her in a November 1801 letter to his boyhood friend, Franz Wegeler. Beethoven dedicated to Giulietta his Sonata No. 14, popularly known as the “Moonlight” Sonata. Marriage plans were thwarted by Giulietta’s father and perhaps Beethoven’s common lineage. In 1803 she married Count Wenzel Robert von Gallenberg (1783–1839), another amateur composer.[citation needed]

Beethoven’s relationship with Josephine Deym notably deepened after the death of her first husband in 1804. There is some evidence that Beethoven may have proposed to her, at least informally. While his feelings were apparently reciprocated, she turned him down, and their relationship effectively ended in 1807. She cited her “duty,” an apparent reference to the fact that she was born of nobility and he was a commoner.[56] It is also likely that he considered proposing (whether he actually did or not is unknown) to Therese Malfatti, the dedicatee of “Für Elise” in 1810; his common status may also have interfered with those plans.

In the spring of 1811 Beethoven became seriously ill, suffering headaches and high fever. On the advice of his doctor, he spent six weeks in the Bohemian spa town of Teplitz. The following winter, which was dominated by work on the Seventh symphony, he was again ill, and decided to spend the summer of 1812 at Teplitz. It is likely that he was at Teplitz when he wrote three love letters to an “Immortal Beloved.”[57] While the identity of the intended recipient is subject to ongoing debate, the most likely candidate, according to what is known about people’s movements and the contents of the letters, is Antonie Brentano, a married woman with whom he had begun a friendship in 1810.[58][59] Beethoven traveled to Karlsbad in late July, where he stayed in the same guesthouse as the Brentanos. After traveling with them for a time, he returned to Teplitz, where after another bout of gastric illness, he left for Linz to visit his brother Johann.[60]

Beethoven’s visit to his brother was an attempt to end the latter’s cohabitation with Therese Obermayer, a woman who already had an illegitimate child. He was unable to convince Johann to end the relationship, so he appealed to the local civic and religious authorities. The end result of Beethoven’s meddling was that Johann and Therese married on 9 November.[60]

In early 1813 Beethoven apparently went through a difficult emotional period, and his compositional output dropped. Historians have suggested a variety of causes, including his lack of romantic success. His personal appearance, which had generally been neat, degraded, as did his manners in public, especially when dining. Some of his (married) desired romantic partners had children (leading to assertions among historians of Beethoven’s possible paternity), and his brother Carl was seriously ill. Beethoven took care of his brother and his family, an expense that he claimed left him penniless. He was unable to obtain a date for a concert in the spring of 1813, which, if successful, would have provided him with significant funds.[citation needed]

Beethoven was finally motivated to begin significant composition again in June 1813, when news arrived of the defeat of one of Napoleon’s armies at Vitoria, Spain, by a coalition of forces under the Duke of Wellington. This news stimulated him to write the battle symphony known as Wellington’s Victory. It premiered on 8 December at a charity concert for victims of the war along with his Seventh Symphony. The work was a popular hit, likely because of its programmatic style that was entertaining and easy to understand. It received repeat performances at concerts Beethoven staged in January and February 1814. Beethoven’s renewed popularity led to demands for a revival of Fidelio, which, in its third revised version, was also well-received at its July opening. That summer he composed a piano sonata for the first time in five years (No. 27, Opus 90). This work was in a markedly more Romantic style than his earlier sonatas. He was also one of many composers who produced music in a patriotic vein to entertain the many heads of state and diplomats that came to the Congress of Vienna that began in November 1814. His output of songs included his only song cycle, “An die ferne Geliebte,” and the extraordinarily expressive, but almost incoherent, “An die Hoffnung” (Opus 94).[citation needed]

Custody struggle and illness

Between 1815 and 1817 Beethoven’s output dropped again. Beethoven attributed part of this to a lengthy illness (he called it an “inflammatory fever”) that afflicted him for more than a year, starting in October 1816.[61] Biographers have speculated on a variety of other reasons that also contributed to the decline, including the difficulties in the personal lives of his would-be paramours and the harsh censorship policies of the Austrian government. The illness and death of his brother Carl from consumption likely also played a role.

Carl had been ill for some time, and Beethoven spent a small fortune in 1815 on his care. When he finally died on 15 November 1815, Beethoven immediately became embroiled in a protracted legal dispute with Carl’s wife Johanna over custody of their son Karl, then nine years old. Beethoven, who considered Johanna an unfit parent because of her morals (she had an illegitimate child by a different father before marrying Carl, and had been convicted of theft) and financial management, had successfully applied to Carl to have himself named sole guardian of the boy. A late codicil to Carl’s will gave him and Johanna joint guardianship. While Beethoven was successful at having his nephew removed from her custody in February 1816, the case was not fully resolved until 1820, and he was frequently preoccupied by the demands of the litigation and seeing to Karl’s welfare, whom he first placed in a private school. The custody fight brought out the worst aspects of Beethoven’s character; in the lengthy court cases Beethoven stopped at nothing to ensure that he achieved this goal, interrupting his work for long periods.[citation needed]

The Austrian court system had one court for the nobility, the R&I Landrechte, and another for commoners, the Civil Court of the Magistrate. Beethoven disguised the fact that the Dutch “van” in his name did not denote nobility as does the German “von,”[62]and his case was tried in the Landrechte. Owing to his influence with the court, Beethoven felt assured of the favorable outcome of being awarded sole guardianship. While giving evidence to the Landrechte, however, Beethoven inadvertently[62] admitted that he was not nobly born. The case was transferred to the Magistracy on 18 December 1818, where he lost sole guardianship.

Beethoven appealed, and regained custody. Johanna’s appeal to the Emperor was not successful: the Emperor “washed his hands of the matter.” Beethoven stopped at nothing to blacken her name, as can be read in surviving court papers. During the years of custody that followed, Beethoven attempted to ensure that Karl lived to the highest moral standards. His overbearing manner and frequent interference in his nephew’s life apparently drove Karl to attempt suicide on 31 July 1826 by shooting himself in the head. He survived, and was brought to his mother’s house, where he recuperated. He and Beethoven reconciled, but Karl insisted on joining the army, and last saw Beethoven in early 1827.[citation needed]

The only major works Beethoven produced during this time were two cello sonatas, a piano sonata, and collections of folk song settings. He began sketches for the Ninth Symphony in 1817.[citation needed]

Late works

Beethoven began a renewed study of older music, including works by J. S. Bach and Handel, that were then being published in the first attempts at complete editions. He composed the Consecration of the House Overture, which was the first work to attempt to incorporate his new influences. A new style, now called his “late period,” emerged when he returned to the keyboard to compose his first piano sonatas in almost a decade. The works of the late period are commonly held to include the last five piano sonatas and the Diabelli Variations, the last two sonatas for cello and piano, the late quartets (see below), and two works for very large forces: the Missa Solemnis and the Ninth Symphony.[citation needed]

By early 1818 Beethoven’s health had improved, and his nephew moved in with him in January. On the downside, his hearing had deteriorated to the point that conversation became difficult, necessitating the use of conversation books. His household management had also improved somewhat; Nanette Streicher, who had assisted in his care during his illness, continued to provide some support, and he finally found a skilled cook.[63] His musical output in 1818 was still somewhat reduced, but included song collections and the Hammerklavier Sonata, as well as sketches for two symphonies that eventually coalesced into the epic Ninth. In 1819 he was again preoccupied by the legal processes around Karl, and began work on the Diabelli Variationsand the Missa Solemnis.[citation needed]

For the next few years he continued to work on the Missa, composing piano sonatas and bagatelles to satisfy the demands of publishers and the need for income, and completing the Diabelli Variations. He was ill again for an extended time in 1821, and completed the Missa in 1823, three years after its original due date. He also opened discussions with his publishers over the possibility of producing a complete edition of his work, an idea that was arguably not fully realised until 1971. Beethoven’s brother Johann began to take a hand in his business affairs around this time, much in the way Carl had earlier, locating older unpublished works to offer for publication and offering the Missa to multiple publishers with the goal of getting a higher price for it.[citation needed]

Two commissions in 1822 improved Beethoven’s financial prospects. The Philharmonic Society of London offered a commission for a symphony, and Prince Nikolay Golitsin of St. Petersburg offered to pay Beethoven’s price for three string quartets. The first of these spurred Beethoven to finish the Ninth Symphony, which premiered, along with the Missa Solemnis, on 7 May 1824, to great acclaim at the Kärntnertortheater. The Allgemeine musikalische Zeitung gushed, “inexhaustible genius had shown us a new world,” and Carl Czerny wrote that his symphony “breathes such a fresh, lively, indeed youthful spirit […] so much power, innovation, and beauty as ever [came] from the head of this original man, although he certainly sometimes led the old wigs to shake their heads.”[64] Unlike his earlier concerts, Beethoven made little money on this one, as the expenses of mounting it were significantly higher.[64]A second concert on 24 May, in which the producer guaranteed Beethoven a minimum fee, was poorly attended; nephew Karl noted that “many people have already gone into the country.”[65] It was Beethoven’s last public concert.[65]

Beethoven then turned to writing the string quartets for Golitsin. This series of quartets, known as the “Late Quartets,” went far beyond what either musicians or audiences were ready for at that time. One musician commented that “we know there is something there, but we do not know what it is.” Composer Louis Spohr called them “indecipherable, uncorrected horrors,” though that opinion has changed considerably from the time of their first bewildered reception. They continued (and continue) to inspire musicians and composers, from Richard Wagner to Béla Bartók, for their unique forms and ideas. Of the late quartets, Beethoven’s favorite was the Fourteenth Quartet, op. 131 in C# minor[citation needed], upon hearing which Schubert is said to have remarked, “After this, what is left for us to write?”[citation needed]

Beethoven wrote the last quartets amidst failing health. In April 1825 he was bedridden, and remained ill for about a month. The illness—or more precisely, his recovery from it—is remembered for having given rise to the deeply felt slow movement of the Fifteenth Quartet, which Beethoven called “Holy song of thanks (‘Heiliger dankgesang’) to the divinity, from one made well.” He went on to complete the (misnumbered) ThirteenthFourteenth, and Sixteenth Quartets. The last work completed by Beethoven was the substitute final movement of the Thirteenth Quartet, deemed necessary to replace the difficult Große Fuge. Shortly thereafter, in December 1826, illness struck again, with episodes of vomiting and diarrhea that nearly ended his life.[citation needed]

Illness and death

Main article: Death of Beethoven

Beethoven was bedridden for most of his remaining months, and many friends came to visit. He died on Monday, 26 March 1827, during a thunderstorm. His friend Anselm Hüttenbrenner, who was present at the time, claimed that there was a peal of thunder at the moment of death. Anautopsy revealed significant liver damage, which may have been due to heavy alcohol consumption.[66]

Beethoven’s funeral procession on 29 March 1827 was attended by an estimated 20,000 Viennese citizens. Franz Schubert, who died the following year and was buried next to Beethoven, was one of the torchbearers. Unlike Mozart, who was buried anonymously in a communal grave (the custom at the time), Beethoven was buried in a dedicated grave in theWähring cemetery, north-west of Vienna, after a requiem mass at the church of the Holy Trinity (Dreifaltigkeitskirche). His remains were exhumed for study in 1862, and moved in 1888 to Vienna’s Zentralfriedhof.[66]

There is dispute about the cause of Beethoven’s death; alcoholic cirrhosissyphilisinfectious hepatitislead poisoningsarcoidosis and Whipple’s disease have all been proposed.[67] Friends and visitors before and after his death clipped locks of his hair, some of which have been preserved and subjected to additional analysis, as have skull fragments removed during the 1862 exhumation.[68] Some of these analyses have led to controversial assertions that Beethoven was accidentally poisoned to death by excessive doses of lead-based treatments administered under instruction from his doctor.[69][70][71]

Character

Beethoven’s personal life was troubled by his encroaching deafness and irritability brought on by chronic abdominal pain (beginning in his twenties) which led him to contemplate suicide (documented in his Heiligenstadt Testament). Beethoven was often irascible and may have suffered from bipolar disorder.[72][73]Nevertheless, he had a close and devoted circle of friends all his life, thought to have been attracted by his strength of personality. Toward the end of his life, Beethoven’s friends competed in their efforts to help him cope with his incapacities.[74]

Sources show Beethoven’s disdain for authority, and for social rank. He stopped performing at the piano if the audience chatted amongst themselves, or afforded him less than their full attention. At soirées, he refused to perform if suddenly called upon to do so. Eventually, after many confrontations, the Archduke Rudolph decreed that the usual rules of court etiquette did not apply to Beethoven.[74]

Religious views

Beethoven was attracted to the ideals of the Enlightenment. In 1804, when Napoleon’s imperial ambitions became clear, Beethoven took hold of the title-page of his Third Symphony and scratched the name Bonaparte out so violently that he made a hole in the paper. He later changed the work’s title to “Sinfonia Eroica, composta per festeggiare il sovvenire d’un grand’uom” (“Heroic Symphony, composed to celebrate the memory of a great man”), and he rededicated it to his patron, Prince Joseph Franz von Lobkowitz, at whose palace it was first performed.[citation needed]

The fourth movement of his Ninth Symphony features an elaborate choral setting of Schiller’s Ode An die Freude (“Ode to Joy”), an optimistic hymn championing the brotherhood of humanity.[citation needed]

Scholars disagree about Beethoven’s religious beliefs, and about the role they played in his work. It has been asserted, but not proven, that Beethoven was aFreemason.[75]

Music

Beethoven is acknowledged as one of the giants of classical music; occasionally he is referred to as one of the “three Bs” (along with Bach and Brahms) who epitomise that tradition. He was also a pivotal figure in the transition from the 18th century musicalclassicism to 19th century romanticism, and his influence on subsequent generations of composers was profound.[74]

Overview

Beethoven composed in several musical genres, and for a variety of instrument combinations. His works for symphony orchestra include nine symphonies (the Ninth Symphony includes a chorus), and about a dozen pieces of “occasional” music. He wrote seven concerti for one or more soloists and orchestra, as well as four shorter works that include soloists accompanied by orchestra. His only opera is Fidelio; other vocal works with orchestral accompaniment include two masses and a number of shorter works.[citation needed]

His large body of compositions for piano includes 32 piano sonatas and numerous shorter pieces, including arrangements of some of his other works. Works with piano accompaniment include 10 violin sonatas, 5 cello sonatas, and a sonata for French horn, as well as numerous lieder.[citation needed]

Beethoven also wrote a significant quantity of chamber music. In addition to 16 string quartets, he wrote five works for string quintet, seven for piano trio, five for string trio, and more than a dozen works for various combinations of wind instruments.[citation needed]

The three periods

Beethoven’s compositional career is usually divided into Early, Middle, and Late periods.[74] In this scheme, his early period is taken to last until about 1802, the middle period from about 1803 to about 1814, and the late period from about 1815.[citation needed]

In his Early period, Beethoven’s work was strongly influenced by his predecessors Haydn and Mozart. He also explored new directions and gradually expanded the scope and ambition of his work. Some important pieces from the Early period are the first and second symphonies, the set of six string quartets Opus 18, the first two piano concertos, and the first dozen or so piano sonatas, including the famous Pathétique sonata, Op. 13.[citation needed]

His Middle (Heroic) period began shortly after Beethoven’s personal crisis brought on by his recognition of encroaching deafness. It includes large-scale works that express heroism and struggle. Middle-period works include six symphonies (Nos. 3–8), the last three piano concertos, the Triple Concerto and violin concerto, five string quartets (Nos. 7–11), several piano sonatas (including the MoonlightWaldstein and Appassionata sonatas), the Kreutzer violin sonata and Beethoven’s only operaFidelio.[citation needed]

Beethoven’s Late period began around 1815. Works from this period are characterised by their intellectual depth, their formal innovations, and their intense, highly personal expression. The String Quartet, Op. 131 has seven linked movements, and the Ninth Symphony adds choral forces to the orchestra in the last movement.[74] Other compositions from this period include the Missa Solemnis, the last five string quartets (including the massive Große Fuge) and the last five piano sonatas.[citation needed]

Beethoven on screen

Eroica is a 1949 Austrian film depicting life and works of Beethoven (Ewald Balser), which also entered into the 1949 Cannes Film Festival.[76] The film is directed by Walter Kolm-Veltée, produced by Guido Bagier with Walter Kolm-Veltée and written by Walter Kolm-Veltée with Franz Tassié.[77]

In 1962, Walt Disney produced a made-for-television and extremely fictionalised life of Beethoven titled The Magnificent Rebel. The film was given a two-part premiere on the Walt Disney anthology television series and released to theatres in Europe. It starred Karlheinz Böhm as Beethoven.[citation needed]

In 1994film about Beethoven (Gary Oldman) titled Immortal Beloved was written and directed by Bernard Rose. The story follows Beethoven’s secretary and first biographerAnton Schindler (portrayed by Jeroen Krabbé), as he attempts to ascertain the true identity of the Unsterbliche Geliebte (Immortal Beloved) addressed in three letters found in the late composer’s private papers. Schindler journeys throughout the Austrian Empire, interviewing women who might be potential candidates, as well as through Beethoven’s own tumultuous life. Filming took place in the Czech cities of Prague and Kromeriz and the Zentralfriedhofin Vienna, Austria, between 23 May and 29 July 1994.[citation needed]

In 2003 a made-for-television BBC/Opus Arte film Eroica was released, with Ian Hart as Beethoven and the Orchestre Révolutionnaire et Romantiqueconducted by Sir John Eliot Gardiner performing the Eroica Symphony in its entirety. The subject of the film is the first performance of the Eroica Symphony in 1804 at the palace of Prince Lobkowitz (played by Jack Davenport).[78] In a 2005 three-part BBC miniseries, Beethoven was played by Paul Rhys.[79]

A movie titled Copying Beethoven was released in 2006, starring Ed Harris as Beethoven. This film was a fictionalised account of Beethoven’s last days, and his struggle to produce his Ninth Symphony before he died.[citation needed]

Memorials

The Beethoven Monument, Bonn was unveiled in August 1845, in honour of his 75th anniversary. It was the first statue of a composer created in Germany, and the music festival that accompanied the unveiling was the impetus for the very hasty construction of the original Beethovenhalle in Bonn (it was designed and built within less than a month, on the urging of Franz Liszt). A statue to Mozart had been unveiled in SalzburgAustria in 1842. Vienna did not honour Beethoven with a statue until 1880.[80]

See also

Book: Ludwig van Beethoven
Wikipedia Books are collections of articles that can be downloaded or ordered in print.

References

  1. ^ German pronunciation: [ˈluːtvɪç fan ˈbeːt.hoːfən]listen)English: /ˈlʊdvɪɡ væn ˈbeɪt.hoʊvən/
  2. ^ Beethoven was baptised on 17 December. His date of birth was often, in the past, given as 16 December, however this is not known with certainty; his family celebrated his birthday on that date, but there is no documentary evidence that his birth was actually on 16 December.
  3. a b c d e f Grove Online, section 1
  4. ^ Thayer, Vol 1, p. 49
  5. ^ Thorne, J. O. & Collocott, T.C., ed (1986). Chambers Biographical DictionaryEdinburgh: W & R Chambers Ltd. p. 114.ISBN 0550180222.
  6. ^ Thayer, Vol 1, p. 53
  7. ^ This is discussed in depth inSolomon, chapter 1.
  8. a b Stanley, p. 7
  9. ^ Thayer, Vol 1, p. 59
  10. ^ Thayer, Vol 1, p. 67
  11. ^ Thayer, Vol 1, pp. 71–74
  12. ^ Cooper (2008), p. 15
  13. ^ Cooper (2008), p. 23
  14. ^ Cooper (2008), p. 24
  15. ^ Cooper (2008), p. 16
  16. ^ Thayer, Vol 1, p. 102
  17. ^ Thayer, Vol 1, p. 104
  18. ^ Thayer, Vol 1, pp. 105–109
  19. ^ Thayer, Vol 1, p. 124
  20. ^ Cooper (2008), p. 35
  21. ^ Cooper (2008), p. 41
  22. ^ Cooper (2008), pp. 35–41
  23. ^ Thayer, Vol 1, p. 148
  24. a b Cooper (2008), p. 42
  25. ^ Cooper (2008), p. 43
  26. ^ Grove Online, section 3
  27. ^ Cooper (2008), pp. 47,54
  28. ^ Thayer, Vol 1, p. 161
  29. a b Cooper (2008), p. 53
  30. ^ Cross (1953), p. 59
  31. ^ Cooper (2008), p. 46
  32. a b Cooper (2008), p. 59
  33. ^ Lockwood (2005), p. 144
  34. ^ Cooper (2008), p. 56
  35. ^ Cooper (2008), p. 82
  36. ^ Cooper (2008), p. 90
  37. ^ Cooper (2008), p. 66
  38. ^ Cooper (2008), p. 58
  39. ^ Cooper (2008), p. 97
  40. ^ Cooper (2008), p. 80
  41. ^ Cooper (2008), pp. 98–103
  42. ^ Cooper (2008), pp. 112–127
  43. ^ Cooper (2008), pp. 112–115
  44. ^ Grove Online, section 5
  45. ^ Cooper (2008), p. 108
  46. ^ Cooper (2008), p. 120
  47. ^ White, Felix (1 April 1927). “Some Tributes to Beethoven in English Verse”. The Musical Times 68 (1010).
  48. ^ Ealy, George Thomas (Spring 1994). “Of Ear Trumpets and a Resonance Plate: Early Hearing Aids and Beethoven’s Hearing Perception”19th-Century Music 17(3): 262–273.doi:10.1525/ncm.1994.17.3.02a00050.
  49. ^ Solomon (2001)[page needed]
  50. ^ Clive, p. 239
  51. ^ Cooper (2008), p. 131
  52. ^ ‘Beethoven’s Heroic Phase’, The Musical Times, CX (1969), pp. 139-41
  53. ^ Cooper (2008), p. 148
  54. ^ Cooper (2008), p. 150
  55. ^ Cooper (2008), p. 185
  56. ^ Cooper (2008), pp. 146,168
  57. ^ Beethoven’s Immortal Beloved Letters
  58. ^ Oakley Beahrs, Virginia: The Immortal Beloved Riddle Reconsidered, Musical Times, Vol. 129, No. 1740 (Feb., 1988), pp. 64-70
  59. ^ Cooper (2008), pp. 194, 208–210. Cooper cites Solomon among other sources, and provides compelling evidence that it was neither Josephine Deym nor Marie Erdödy.
  60. a b Cooper (2008), p. 212
  61. ^ Cooper (2008), p. 254
  62. a b On 18 December 1818, The Landrechte, the Austrian court for the nobility, handed over the whole matter of guardianship to the Stadtmagistrat, the court for commoners ” It …. appears from the statement of Ludwig van Beethoven, as the accompanying copy of the court minutes of 11 December of this year shows, that he is unable to prove nobility: hence the matter of guardianship is transferred to an honorable magistrate” Landrechte of the Magisterial tribunal.
  63. ^ Cooper (2008), p 260
  64. a b Cooper (2008), p. 317
  65. a b Cooper (2008), p. 318
  66. a b Cooper (2008), p. 349
  67. ^ Mai, F.M. (1 October 2006). “Beethoven’s terminal illness and death”. J R Coll Physicians Edinb. 36(3): 258–263. PMID 17214130.
  68. ^ Meredith, William (Spring & Summer 2005). “The History of Beethoven’s Skull Fragments”.The Beethoven Journal 20 (1 & 2): 2–3. Retrieved 27 March 2009.[dead link]
  69. ^ Jahn, George (28 August 2007).“Pathologist: Doctor Killed Beethoven”. The Washington Post. Retrieved 29 December 2008.
  70. ^ Eisinger, Josef (1 January 2008). “The lead in Beethoven’s hair”.Toxicological & Environmental Chemistry 90: 1–5.
  71. ^ Lorenz, Michael (Winter 2007). “Commentary on Wawruch’s Report: Biographies of Andreas Wawruch and Johann Seibert, Schindler’s Responses to Wawruch’s Report, and Beethoven’s Medical Condition and Alcohol Consumption”. The Beethoven Journal (San Jose: The Ira Brilliant Center for Beethoven Studies) 22 (2): 92–100.
  72. ^ Beethoven bipolar?http://www.gazette.uottawa.ca/article_e_1529.html
  73. ^ Cold Case in Vienna: Who Killed Beethoven? — CBS News
  74. a b c d e Grove Online
  75. ^ Ludwig van Beethoven — Grand Lodge of British Columbia and Yukon
  76. ^ “Festival de Cannes: Eroica”.festival-cannes.com. Retrieved 9 January 2009.
  77. ^ Eroica at the Internet Movie Database
  78. ^ Eroica at the Internet Movie Database
  79. ^ Beethoven at the Internet Movie Database
  80. ^ Alessandra Comini, The Changing Image of Beethoven: A Study in Mythmaking

Sources

Further reading

  • Albrecht, Theodore, and Elaine Schwensen, “More Than Just Peanuts: Evidence for December 16 as Beethoven’s birthday.” The Beethoven Newsletter 3 (1988): 49, 60–63.
  • Bohle, Bruce, and Robert Sabin. The International Cyclopedia of Music and Musicians.London: J.M.Dent & Sons LTD, 1975. ISBN 0-460-04235-1.
  • Davies, Peter J. The Character of a Genius: Beethoven in Perspective. Westport, Conn.: Greenwood Press, 2002. ISBN 0-313-31913-8.
  • Davies, Peter J. Beethoven in Person: His Deafness, Illnesses, and Death. Westport, Conn.: Greenwood Press, 2001. ISBN 0-313-31587-6.
  • DeNora, Tia. “Beethoven and the Construction of Genius: Musical Politics in Vienna, 1792–1803.” Berkeley, California: University of California Press, 1995. ISBN 0-520-21158-8.
  • Geck, Martin. Beethoven. Translated by Anthea Bell. London: Haus, 2003. ISBN 1-904341-03-9 (h), ISBN 1-904341-00-4 (p).
  • Hatten, Robert S (1994). Musical Meaning in Beethoven. Bloomington, IN: Indiana University Press. ISBN 0-253-32742-3.
  • Kornyei, Alexius. Beethoven in Martonvasar. Verlag, 1960. OCLC Number: 27056305
  • Kropfinger, Klaus. Beethoven. Verlage Bärenreiter/Metzler, 2001. ISBN 3-7618-1621-9.
  • Martin, Russell. Beethoven’s Hair. New York: Broadway Books, 2000. ISBN 978-0-7679-0350-9
  • Meredith, William (2005). “The History of Beethoven’s Skull Fragments”. The Beethoven Journal 20: 3–46.
  • Morris, EdmundBeethoven: The Universal Composer. New York: Atlas Books / HarperCollins, 2005. ISBN 0-06-075974-7.
  • Rosen, CharlesThe Classical Style: Haydn, Mozart, Beethoven. (Expanded ed.) New York: W. W. Norton, 1998. ISBN 0-393-04020-8 (hc); ISBN 0-393-31712-9 (pb).
  • Solomon, Maynard. Late Beethoven: Music, Thought, Imagination. Berkeley: University of California Press, 2003. ISBN 0-520-23746-3.
  • Thayer, A. W., rev and ed. Elliot Forbes. Thayer’s Life of Beethoven. (2 vols.) Princeton: Princeton University Press. ISBN 0-691-09103-X
  • Sullivan, J. W. N.Beethoven: His Spiritual Development New York: Alfred A. Knopf, 1927

External links

  • Beethoven-Haus Bonn. Official website of Beethoven-Haus in Bonn, Germany. Links to extensive studio and digital archive, library holdings, the Beethoven-Haus Museum (including “internet exhibitions” and “virtual visits”), theBeethoven-Archiv research center, and information on Beethoven publications of interest to the specialist and general reader. Extensive collection of Beethoven’s compositions and written documents, with sound samples and a digital reconstruction of his last house in Vienna.
  • The Ira F. Brilliant Center for Beethoven StudiesThe Beethoven Gateway (San José State University)

Digitised, scanned material (books, sheetmusic)

Sheetmusic (scores)

Historical recordings

General reference

Specific topics

 

• • • • •

11/01/2011

artigo : Toda a liberdade de Bernstein

. artigo publicado em 10.01.2011

. . autor : João Marcos Coelho

. . . fonte : jornal O Estado de São Paulo

* * *

Sai no Brasil o histórico concerto em que o maestro troca verso de Schiller, usado por Beethoven

O belo mas traiçoeiro manto sublime que envolve as artes costuma esconder o fato de que, como todos os demais seres humanos, os artistas também são políticos, como dizia Picasso em seu linguajar direto como um gancho de esquerda: “O que você pensa que um artista é? Um imbecil que só tem olhos se é pintor, ou ouvidos se é músico, ou uma lira em algum canto de seu coração se é poeta, ou até, se é um boxeador, tem apenas músculos? Ao contrário, ele é ao mesmo tempo um ser político (…) A pintura não é feita para decorar apartamentos. É um instrumento de guerra para ataque e defesa contra o inimigo.”

Ele talvez tenha esquecido que os pintores levam vantagem em relação aos compositores, por exemplo, porque ninguém pode mexer em suas obras. Guernica, por exemplo. Ela lá está, íntegra até hoje, no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madri. Pode-se gostar ou não da mensagem política que ela pronuncia visualmente, mas não se pode desfigurá-la. A música já não desfruta esse privilégio, como demonstra o DVD que agora sai no Brasil pela Opus Arte por R$ 39, com uma execução muito especial da Nona Sinfonia de Beethoven, regida pelo maestro norte-americano Leonard Bernstein na noite de Natal de 1989, poucos dias depois da queda do Muro de Berlim.

O concerto possuía um significado histórico importantíssimo: marcou a unificação de Berlim e das Alemanhas. Instrumentistas norte-americanos (da Filarmônica de Nova York), franceses (da Orquestra de Paris), russos (da Orquestra do Kirov de Leningrado) e ingleses (da Orquestra Sinfônica de Londres) juntaram-se à Orquestra Sinfônica e Coro da Rádio Bávara, enxertados com coral de crianças da Filarmônica de Dresden.

A Nona é uma das obras mais intensa e ideologicamente manipuladas da história da música. Nos últimos 186 anos, como narra em detalhes o pesquisador Esteban Buch em Música e Política – A Nona de Beethoven, livro de 2001, ela serviu aos poderosos de plantão e foi usada para todos os fins. Um processo que alcançou um de seus clímax naquele 1989. Bernstein “operou cirurgicamente” uma palavra dos famosos versos cantados no movimento final, a célebre “Ode à Alegria”: em vez de “Freude”, alegria, mandou as centenas de coristas cantarem “freiheit”, ou seja, liberdade. Isso tudo debaixo das barbas da estátua imponente do autor dos versos, o poeta e filósofo Schiller, na entrada do teatro berlinense que recebeu aquele concerto histórico.

Evidentemente, ninguém poderia discordar de uma mudança dessas. Falar de liberdade só pode soar positivo. E Bernstein, convenhamos, possuía uma legitimidade acima de qualquer suspeita para assumir a troca de palavras. Afinal, desde os tempos de estudante em Harvard, nos anos 30 do século passado, jamais escondeu de alguém sua postura política de esquerda.

O conteúdo de sua suculenta pasta confeccionada pelo FBI por meio século só foi divulgada há dois anos. A direita norte-americana não se conformava com o intenso ativismo político do maior músico de seu país, que recebeu, nos anos 60, panteras negras para jantar em seu elegantíssimo apartamento da Park Avenue, em Nova York, e propiciou ao então jornalista Tom Wolfe a criação da expressão “radical chic”.

A questão básica, entretanto, é outra. Ao alterar a letra de uma obra como esta, Bernstein e todos os participantes do evento equipararam-se aos musicólogos, músicos e compositores nazistas que substituíram as letras dos corais de Haendel para introduzir louvores ao Reich dos Mil Anos. Teoricamente, as mudanças são de igual natureza.

Por isso, e mesmo que me chamem de ranzinza e ingênuo como xingaram, no passado, figuras como George Orwell e Arthur Koestler, sinto que a atitude mais adequada teria sido respeitar os versos tal como foram utilizados por Beethoven em sua sinfonia coral.

No curto texto no folheto interno do DVD, Klaus Geitel chega a aventar a hipótese de que “sempre se especulou que Schiller tenha feito um jogo verbal de esconde-esconde e que seu poema na verdade referia-se a liberdade, e não simplesmente a alegria”; e diz que Schiller fez isso para fugir da censura daqueles “tempos despóticos”. Parece mais uma forçada de barra. Melhor sair do muro e assumir uma posição contra ou a favor. Em todo caso, bons tempos aqueles em que os músicos mudavam de lado por convicções ideológicas, e não por meras motivações individuais, como hoje em dia.

Quanto à performance – há, claro, uma enorme eletricidade no ar. As imagens prévias ao concerto de milhares de pessoas demolindo com picaretas o muro de Berlim impactam qualquer um. Mas a qualidade musical é mediana. Foi um “happening” beethoveniano. O máximo que se pode dizer é que a festa estava boa. E serviu para ilustrar um momento histórico, que marcou para muitos o verdadeiro fim do século 20.

• • • •

19/09/2010

Beethoven entre mito e homem: o grande mal-entendido

. artigo publicado em 02.09.2008

. . fonte : Deutsche Welle

Ele era surdo, sempre mal-humorado, sem jeito com as mulheres. Uma imagem que se encaixa quase bem demais no ideal do artista romântico: solitário, sofredor, porém genial. Até que ponto é este o Beethoven verdadeiro?

A cada qual, o seu Beethoven

A cada qual, o seu Beethoven

Primeiro, ele jogou vários livros na cabeça de um criado; em seguida, uma poltrona. De arrependimento, nem sombra. “Só assim tive sossego o dia inteiro.” E quando um príncipe opinou que em vez de três fagotes bastavam dois, ele respondeu: “Se Sua Alteza assim quer instrumentar, estou cagando”. Empregados, a nobreza, seus editores: todos ouviam dele poucas e boas. Um dos biógrafos de Beethoven o intitulou “o gênio grosseiro”.

“Van Beethoven, proprietário de cérebro”

Beethoven em 1804, retratado de Joseph Maehler

Beethoven em 1804, retratado de Joseph Maehler

A maioria das informações de que dispomos sobre Ludwig van Beethoven nos chegou através de sua correspondência e de seu diário. Ao contrário do contemporâneo Johann Wolfgang von Goethe, com quem não se dava bem, Beethoven desdenhava toda forma de auto-incensamento.

Em suas cartas, fala da maldade das pessoas e das barreiras de classe que lhe impedem o contato com as damas de seu coração. Ele não se encenava como alma nobre e superior; nem mesmo os amigos poupava do peso de seu senso crítico. Certa vez, seu irmão, que adquirira um imóvel, se assinou “Van Beethoven, proprietário de bens”. Ludwig replicou: “Van Beethoven, proprietário de cérebro”.

Ao príncipe Lichnovsky, um de seus patronos e mecenas, escreveu: “Príncipe, o que vós sois, o sois por acaso e nascimento; o que sou, sou através de mim. Príncipes houve e ainda haverá aos milhares; Beethoven, só há um.”

Beethoven para todos

As cartas de Beethoven e seu diário são como uma pedreira, da qual cada um, afinal de contas, acaba retirando aquilo de que necessita no momento. Determinadas declarações suas denotam uma atitude revolucionária; outras, uma postura elitista.

A 'Nona' no Japão: 5 mil cantores amadores entoam a 'Ode à Alegria'

A 'Nona' no Japão: 5 mil cantores amadores entoam a 'Ode à Alegria'

Este fato, acoplado a sua estética musical inovadora, levou a tentativas de recrutamento a posteriori, em parte, absurdas. A Nona sinfonia sublinhou em 1937 o aniversário de Adolf Hitler. Também a noticia da morte do ditador foi acompanhada, no rádio, pela mesma obra beethoveniana.

Porém mesmo antes, durante a República de Weimar, Beethoven já era instrumentalizado politicamente. A direita acentuava sua suposta francofobia e via nele uma “titânica natureza guerreira”. A esquerda equiparava o caráter revolucionário de sua música a seu efeito político.

Um uso que se prolongou durante a República Democrática Alemã. Após a Segunda Guerra Mundial, o compositor foi recrutado a serviço do regime comunista: Beethoven como guerreiro pela paz mundial.

Músico temperamental?

Contudo é totalmente fora de propósito procurar no próprio Beethoven metas políticas concretas. Suas declarações são díspares demais, para permitir tal coisa. Ele estava apenas preocupado com os novos caminhos da música – caminhos, aliás, que lhe traziam polpuda recompensa financeira.

Beethoven era conhecido por seu instinto para negócios. Entretanto vivia numa casa em péssimo estado, nos arredores de Viena, e pouco ligava para a própria aparência. Para seus contemporâneos, devia parecer absolutamente anticonvencional.

Ele permaneceu solteiro, vivendo para sua música: de manhã, compor; ao meio-dia, comer bem; à tarde, passear. Na percepção de muitos, ficou gravada até hoje a imagem do artista excepcional, porém difícil do ponto de vista humano. Ela é reforçada pelas centenas de quadros e bustos de um homem sisudo, de cabelos em alvoroço e olhar penetrante.

Contudo, muitas vezes a posteridade esquece até que ponto essa rispidez se devia à grande tragédia da vida de Beethoven: sua surdez.

Deficiência torturante

O aparelho de surdez do compositor

O aparelho de surdez do compositor

Ludwig van Beethoven tem pouco mais de 30 anos quando fica óbvia a impossibilidade de esconder sua progressiva deficiência auditiva. Um músico surdo?

“Meus ouvidos ribombam dia e noite sem parar”, escreve. O compositor pensa em suicídio, se afasta dos outros seres humanos. Chega a redigir uma carta de despedida, que, no entanto, não envia. Nela se encontra uma das mais conhecidas frases de Beethoven sobre si mesmo:

“Oh homens, que me considerais hostil, intratável e misantropo, que injustiça cometeis comigo.”

Ramón Garcia-Ziemsen (av)

• • • •

14/09/2010

1840: Compositor Robert Schumann desposa Clara Wieck

. publicado originalmente em 12.09.2010

. . fonte : Deutsche Welle

* * *

No dia 12 de setembro de 1840, o compositor se casa com Clara (1819-1896), apesar da resistência do pai dela, o pianista Friedrich Wieck. Um capítulo marcante para um dos casais menos convencionais da história da música.

Robert Alexander Schumann (1810-1856) nasceu em Zwickau, Saxônia. Na qualidade de editor e escritor, seu pai lhe proporcionou contato com a fina flor da literatura da época, de Lord Byron e Jean Paul a toda uma legião de poetas. Robert começara a estudar piano relativamente tarde, aos oito anos, sem demonstrar talento pronunciado. Em 1826, após a morte do pai, foi enviado a Leipzig para cursar Direito.

Uma carta à mãe, em 1829, marca a guinada surpreendente na trajetória do jovem intelectual: “Cheguei à conclusão de que, com trabalho, paciência e um bom professor, seria capaz de ultrapassar qualquer pianista num prazo de seis anos. Além disso, tenho imaginação e talvez habilidade para um trabalho de criação individual”. No ano seguinte, anotaria em seu diário: “Sou excelente em música e poesia, mas não um gênio musical. Meus talentos de músico e de poeta estão no mesmo nível”.

O “bom professor” era ninguém menos do que Friedrich Wieck, que se tornaria seu sogro e pior inimigo. Sob a promessa (não cumprida) de deixar de fumar charutos e, sobretudo, de beber tanto, Schumann se mudou em outubro de 1830 para a casa do mestre. De início, a segunda filha dele, Clara, pianista-prodígio de 11 anos de idade, não interessa ao jovem músico em especial.

Simbiose e destrutividade

Nos anos seguintes desenvolve-se um tumultuado romance entre Schumann e a jovem, marcado por encontros secretos e escapadas. Wieck fica horrorizado com a perspectiva de ter como genro o jovem – que agora taxa de beberrão e perdido – e se opõe com toda a autoridade paterna à ligação. Somente após uma longa batalha judicial Robert desposa Clara, em 12 de setembro de 1840.

O casal Schumann é possivelmente um dos mais anticonvencionais da história da música: uma mistura de simbiose, apoio incondicional e perniciosidade. Profissionalmente, Clara representou um papel complementar, quase compensatório na vida de Robert: à medida que ele era forçado a renunciar ao piano, ela ascendia como concertista. Uma carreira entrecortada, é certo, por frequentes gestações (o casal teve oito filhos).

Alguns estudiosos chegam a classificar as notórias escapadas homossexuais do compositor durante os anos de casamento como um bem-vindo alívio para Clara. Cinismo à parte, a morte do marido foi uma libertação para ela, que pôde finalmente realizar seu brilhante destino de pianista, Clara Schumann sobreviveu ao marido ainda 40 anos, e continuou tocando em público até março de 1891. Ela faleceu em 20 de maio de 1896 em consequência de um derrame, aos 77 anos de idade, em Frankfurt.

Augusto Valente

03/09/2010

Festival de Bayreuth aponta para nova fase, mais compatível com a mídia

. artigo publicado em 30.08.2010
. . fonte : Deutsche Welle
* * *

O 99º Festival Richard Wagner foi o segundo realizado pelas bisnetas do compositor. Aos poucos, é possível reconhecer em que direção se desenvolve o mais renomado festival de ópera.

Local do festival em Bayreuth

Local do festival em Bayreuth

Iniciado em 25 de julho passado com uma encenação altamente aclamada de Lohengrin, o tradicional festival se encerrou em 28 de agosto com Os Mestres Cantores de Nurembergue.

A montagem foi dedicada a Christoph Schlingensief, o provocador diretor de teatro que em 2004 encenou Parsifal em Bayreuth e morreu de câncer no pulmão em 21 de agosto passado. Na época, a produção de Schlingensief chocou os fãs de Wagner; hoje o impulso que o diretor recém-falecido deu ao festival é considerado importante.

Há 134 anos, o compositor Richard Wagner criou o Festival de Bayreuth. Até hoje, o evento se dedica exclusivamente à sua obra, que inclui dez óperas. Isso já justifica por que a tradição desempenha um papel tão especial em Bayreuth.

No entanto, já podem se notar algumas alterações cautelosas depois que o festival deixou de ser dirigido por Wolfgang Wagner, responsável pelo evento durante anos e falecido em março deste ano. De maneira geral, suas duas filhas e sucessoras – Eva Wagner-Pasquier e Katharina Wagner – dão a impressão de serem abertas e competentes.

Eva Wagner-Pasquier e Katharina Wagner

Eva Wagner-Pasquier e Katharina Wagner

Apesar de todas as mudanças, o princípio básico do festival se mantém, segundo explica Eva Wagner-Pasquier: “Algo que certamente não vai acontecer é a inclusão de outro compositor. Evidentemente vamos nos ater às determinações da fundação, do teatro e da concepção original”.

Wagner de graça e com cerveja

Em 2010, a direção do festival manteve sua estratégia de marketing, possibilitando a transmissão ao vivo das encenações em lugares públicos e pela internet. Em 21 de agosto passado, pelo menos 20 mil pessoas se reuniram no Marktplatz de Bayreuth para assistir à transmissão gratuita de As Valquírias.

De acordo com uma enquete, 70% dos espectadores nunca haviam assistido a uma ópera de Wagner. Em um clima descontraído, o público pôde compartilhar da experiência operística legendada, bebendo cerveja e comendo salsicha. O espetáculo também foi transmitido ao vivo pela internet e pela televisão japonesa.

Algo que também já se estabeleceu como parte integrante do festival é o projeto Wagner para Crianças. Sua segunda edição apresentou uma versão de Tannhäuserdirecionada ao público infantil, com 70 minutos de duração. Crianças entre 6 e 12 anos acompanharam a montagem com toda atenção. A personagem predileta dos espectadores foi a deusa do amor Vênus, andando de skate em um visual punk.

Grande atenção para o elenco

No início da temporada 2010, anunciou-se que uma comissão independente teria acesso irrestrito aos arquivos do teatro, a fim de investigar o papel do festival durante o nazismo.

Quanto ao elenco das peças, as duas bisnetas de Wagner conseguiram contratar cantores melhores nesta segunda edição que dirigiram. Algumas das estreias mais aclamadas foram a de Jonas Kaufmann como Lohengrin, James Rutherford no papel de Hans Sachs, Johan Botha como Siegmund e Lance Ryan como Siegfried. Este último, um tenor canadense, é considerado insuperável nesse papel.

 

Lance Ryan como Siegfried

Lance Ryan como Siegfried

No próximo ano, a 100ª edição do Festival Richard Wagner vai apresentar uma nova encenação de Tannhäuser, sob direção de Sebastian Baumgarten e regência de Thomas Hengelbrock.

Em 2013, ano em que se comemora o 200º aniversário do compositor, haverá uma nova encenação do Anel do Nibelungo. O diretor ainda não foi definido, mas já se sabe que o russo Kirill Petrenko será o regente.

Ao mesmo tempo, planejam-se pela primeira vez em Bayreuth montagens de três óperas compostas por Wagner enquanto jovem: As FadasAmor ProibidoRienzi.

Autor: Rick Fulker (sl)
Revisão: Roselaine Wandscheer

* * * *

01/09/2010

Artigo : Ensaio de orquestra

. artigo sobre o Ensaio da Orquestra Filarmônica de Berlim no festival de Salzburg, Áustria

* * *

Ensaio de orquestra

Estado acompanhou com exclusividade trabalho do maestro Simon Rattle com a Filarmônica de Berlim

31 de agosto de 2010 | 0h 00

João Luiz Sampaio / SALZBURG – O Estado de S.Paulo

Caos sonoro sobre o palco da Grande Sala do Festival na manhã de domingo. Pouco antes das dez horas, instrumentos são afinados, músicos conversam, riem alto, arrastam cadeiras. Não dão muita atenção ao inspetor que, na frente da orquestra, chega para avisar que o ensaio não contará com a solista, a soprano Karitta Mattila e, que portanto, apenas as demais peças serão repassadas. Mais barulho, brincadeiras, partituras sendo procuradas nas mochilas. Até que do canto do palco surge a figura discreta, de roupa toda preta, em contraste com a longa cabeleira branca. Partituras na mão, sobe no pódio. Feito o silêncio, anuncia, suavemente: “Schoenberg, por favor.”

A orquestra é a Filarmônica de Berlim e a figura à sua frente, o maestro inglês Simon Rattle, diretor do grupo, para muitos o melhor conjunto sinfônico do mundo, rivalizado apenas pelos filarmônicos de Viena. Encarregados do concerto de encerramento desta edição do festival, tocariam naquela noite um programa ambicioso: além das Quatro Últimas Canções de Strauss, três pilares da música do século 20: as Seis Pecas para Orquestra, de Schoenberg; as Cinco Pecas para Orquestra, de Alban Berg; e as Três Pecas para Orquestra, de Anton Webern.

Se há uma genealogia da música contemporânea, no topo da árvore, diz Rattle, devem estar estas peças, escritas antes dos anos 20. Ainda hoje soam revolucionárias. E Rattle, em um misto de alemão e inglês, pede à orquestra que esteja atenta a detalhes. “Mais vibrato nas cordas, especialmente vocês, violoncelos”, diz. Puxa o spalla de lado e corrige a articulação das cordas. “Ta, ta, ta, ra, ta, ta, ta. Se não for assim, vocês não vão dar conta de acompanhar os metais, simples assim. Eles são o modelo aqui.” Rattle parece trabalhar em especial a arquitetura sonora. Corrige os sopros, batendo com a batuta na estante. “Um, dois, três. Precisão aqui é fundamental, marquem as notas. Evitem essa diminuição de andamentos, senão cada um vai chegar no final em momentos diferentes. A essência está aqui.” Volta às cordas. “O desafio, para vocês, é justamente o contrário. O esboço de melodia aqui não pode estar tão evidente. Apenas insinuem uma atmosfera etérea. Como ondas – o movimento é perceptível, mas o que leva a ele não precisa ser mostrado.”

Silêncio ensurdecedor. Mais interessante que ver Rattle construindo a interpretação, passagem a passagem (“ensaio bom e difícil”, comenta um músico depois), é perceber a reação da orquestra a suas orientações. Na obra de Alban Berg, encasqueta com o andamento em determinada passagem. “De novo”, pede simplesmente. “Vocês sabem.” E o som que surge em seguida articula toda a orquestra em um todo orgânico, brilhante. Sim, eles sabem. E como.

Chegamos então à peça de Anton Webern, seis rápidos movimentos que mobilizam um enorme efetivo orquestral. A percussão explode em um caos sonoro… uma, duas, três vezes. Rattle interrompe a orquestra calmamente. Há um caminho a ser construído aqui, diz. “Esqueçam a música por um instante. E se perguntem: para que serve a pausa que vem logo em seguida? Ele fala baixo, não desvia o rosto um só instante da centena de instrumentistas da filarmônica. “Atenção à dinâmica. O que exatamente estamos construindo aqui? Não é música, é silêncio. Mais um estouro da percussão. “Ainda não. A questão é a seguinte. Depois da música, vem o silêncio. Mas este silêncio precisa ser ensurdecedor. Barulhento.” Rattle termina o ensaio assim, regendo o silêncio. “Obrigado”, diz; cumprimenta o spalla. E deixa o palco rapidamente.

INTERVALO

Shakespeare musical

Depois de intensa negociação,

o diretor artístico da edição do ano que vem do Festival,

Markus Hinterhäuser, fechou com o maestro Riccardo Muti a ópera que ele vai apresentar em Salzburg no ano que vem: será o Macbeth de Verdi.

Hinterhäuser garante que vai aproveitar o gancho para apresentar pela cidade outras obras musicais inspiradas na peça de Shakespeare.

Disco novo

A violinista americana Hillary Hahn aproveitou a passagem por Salzburg, onde tocou com a Sinfônica Jovem Gustav Mahler o concerto de Brahms, para apresentar seu novo disco, com o concerto para violino e orquestra de Tchaikovski, que chega às lojas no próximo mês.

Realeza do canto

Foi um italiano que se destacou no concerto da Orquestra Real de Amsterdã: o veterano baixo Ferruccio Furlanetto, que interpretou as Canções de Dança e Morte do russo Mussorgsky.

fonte :

O Estado de São Paulo

31/08/2010

Elektra : Richard Strauss

fonte :

Blog de João Luiz Sampaio

Diário de Salzburg: Elektra de alta voltagem

por joaosampaio

31.agosto.2010 12:49:48

É o cenário que entrega desde a abertura das cortinas o caráter vertiginoso da história a ser narrada. As rampas e plataformas sinuosas, as paredes altas, a luz que parece vinda de lugar algum, os buracos no chão – tudo serve de metáfora à mente da personagem principal da “Elektra” do compositor Richard Strauss, com libreto de Hugo Von Hoffmanstahl a partir da narrativa mitológica. O tema é o desejo de vingança. Elektra nos revela sua obsessão com a morte do pai, Agamenon – e o ódio que direciona contra sua mãe, Clytaemnestra, e seu novo marido, Aegysth. Ela permanece todo o tempo sobre o palco. Mas há muitas tintas em sua obsessão – e a riqueza da música de Strauss vem em parte de sua capacidade de criar ambiente sonoros para cada uma delas. De certa forma, o libreto se articula em torno dos confrontos de Elektra com os demais personagens da história: desde as damas que comentam sua vida à margem da casa de sua família depois da morte do pai até o encontro com o irmão Orestes, em quem ela deposita a esperança de vingança contra a mãe. A música é angulosa, ganha cores fortes no diálogo com a irmã Chrysothemis, que tenta devolver a ela alguma esperança de vida; é sinuosa quando sua mãe a procura e narra os sonhos que a tem perturbado; lírica quando reconhece na figura do cavaleiro anônimo seu irmão; irônica quando envia Aegysth para dentro da casa onde a morte o espera; e resignada na mistura de desejos de morte e vida com que a personagem vê sua vingança realizada. Não foi por acaso que a Unitel Classics mandou correndo a Salzburg uma equipe com a missão de filmar a produção, encabeçada pelo diretor alemão Nikolas Lenhoff e o maestro italiano Danielle Gatti, para o lançamento em DVD, que deve acontecer até o primeiro semestre de 2011. Da mesma forma que o cenário único oferece múltiplas s possibilidades de interpretação, também a leitura musical de Gatti, à frente da Filarmônica de Viena, é eficiente na recriação dos momentos psicológicos da personagem. Gatti identifica no caos diversos sentidos e direções musicais. E faz isso com a ajuda de um time de estrelas como solistas. Iréne Theorin é uma Elektra repleta de matizes. Eva-Maria Westbroek dá a Chrysothemis uma voz própria, carregada de urgência. Waltraud Meier é um espetáculo à parte como Clytaemnestra, a voz de enorme alcance recriando as sombras que se abatem sobre a personagem; por sua vez, o Orestes de René Pape tem vigor sem perder um certo sentimento de ternura com relação à irmã. No todo, o mais fascinante é a maneira como as vozes se misturam ao tecido orquestral. Gatti não tem medo de jogar a orquestra para o alto e sabe retroceder nos momentos de primazia vocal. O resultado é um jogo vertiginoso de altos e baixos, crescendos e decrescendos.

31/07/2010

Robert Schumann: notas para se “deixar em paz”

. publicado em 29.07.2010

. . fonte : Deutsche Welle

* * *

Há 150 anos o compositor natural da Saxônia falecia num asilo para doentes mentais. Oscilando entre a poesia e a música, ele ocupa um lugar único na história da música.

“O mais rápido possível.” “Mais rápido.” “Mais rápido ainda.” Que tipo de louco proporia a sério um paradoxo tão absurdo? Pois estas instruções acompanham de fato um movimento da Sonata para piano em sol menor op. 22, de Robert Schumann.

No caso, a designação “louco” tem um sentido tristemente literal, pois este exponente do Romantismo morreu confinado num manicômio, a 29 de julho de 1856, em Endenich, nas proximidades de Bonn.

Por si só, tal fim inglório já bastaria para tornar Schumann um esqueleto no armário da história da música. Esta, quando não descamba para o voyeurismo declarado, se esmera em fornecer imagens de gênios e semideuses; se não plenamente exitosos, pelo menos glamourosamente desajustados. Vide: o persistente mito da “criança divina” Mozart.

Schumann não é Beethoven

Porém Schumann é uma figura problemática não apenas por razões biográficas. O modesto cantinho que a posteridade lhe reservou – onde ele se encontra provavelmente assoviando uma melodia infinita e solitária, como em seus últimos anos de vida – é o dos que foram excelentes, sem chegar a ser “grandes” ou “gênios”. Como quer que se definam estes termos.

Schumann escreveu lieder e música de câmara: mas não é o sublime Schubert. Ele compôs quatro sinfonias, concertos e centenas de peças pianísticas: mas não foi um mestre das grandes formas como o “titã” Beethoven. Contudo a (grande) lição de Schumann é justamente esta: perde tempo quem procura julgá-lo por critérios estranhos a seu próprio universo criativo.

Um paladino da música schumanniana foi o filósofo francês Roland Barthes. Assim ele sintetizou esse caráter não-grandiloqüente, anti-retórico, antititânico: “A música pianística de Schumann, que é difícil, não suscita a imagem do virtuosismo; não podemos tocá-la nem de acordo com o velho delírio nem com o novo estilo. Essa música é intimista (o que não significa suave), ou melhor, particular, mesmo individual, refratária à abordagem ‘profissional’, uma vez que tocar Schumann implica uma inocência técnica que poucos artistas podem alcançar”.

De forma mais concisa, o pianista András Schiff transmitiu a mesma mensagem, ao dizer: é preciso deixar as notas de Schumann “em paz”, a música fala por si.

Das leis ao piano

Robert Alexander Schumann nasceu em Zwickau, Saxônia, no dia 8 de junho de 1810. Na qualidade de editor e escritor, seu pai lhe proporcionou contato com a fina flor da literatura da época, de Lord Byron e Jean Paul a toda uma legião de poetas. Robert começara a estudar piano relativamente tarde, aos oito anos, sem demonstrar talento pronunciado. Em 1826, após a morte do pai, foi enviado a Leipzig para cursar Direito.

Uma carta à mãe, em 1829, marca a guinada surpreendente na trajetória do jovem intelectual: “Cheguei à conclusão de que, com trabalho, paciência e um bom professor, seria capaz de ultrapassar qualquer pianista, num prazo de seis anos. Além disso, tenho imaginação e talvez habilidade para um trabalho de criação individual”. No ano seguinte, anotaria em seu diário: “Sou excelente em música e poesia, mas não um gênio musical. Meus talentos de músico e de poeta estão no mesmo nível”.

O “bom professor” era ninguém menos do que Friedrich Wieck, que se tornaria seu sogro e pior inimigo. Sob a promessa (não cumprida) de deixar de fumar charutos e, sobretudo, beber tanto, Schumann se mudou em outubro de 1830 para a casa do mestre. De início sua filha, Clara, pianista-prodígio de apenas 11 anos de idade, não interessava em especial o jovem músico.

A história do dedo

bon mot provavelmente não é original, mas a verdade é que o dedo anular representa o calcanhar de Aquiles dos pianistas. Encurralado entre os tendões dos vizinhos, o quarto dedo é menos independente e mais penoso de “adestrar” do que todos os outros, quer o brutal polegar, quer o débil mínimo.

Ambicioso e não necessariamente o mais paciente dos seres humanos, Schumann resolveu literalmente pôr mãos à obra, aplicando-se o “quiroplasta”, um aparelho então na moda, com o fim de favorecer a independência do dedo recalcitrante. Combinado com uma média de sete horas de estudo por dia, o resultado foi uma grave inflamação dos tendões e paralisia total do dedo médio da mão direita.

Esta é a versão tradicional. Pesquisas mais recentes fornecem uma explicação (um pouco) menos bizarra para esta tragédia na vida do músico saxão. Como havia contraído sífilis, por volta de 1830 ele se submetera ao tratamento então em voga: mercúrio e/ou arsênico. Segundo o biógrafo Eric Sams, pode ter sido esta a causa original da inércia digital de Schumann, anterior ao emprego do quiroplasta. E, em última análise, a causa de sua morte.

Seja como for, a terapia da paralisia resultante não foi mais feliz: “banhos animais” (inserção das mãos em carcaças de animais recém-abatidos), choques elétricos e dietas experimentais provam-se inúteis. Em 1832 os sonhos de virtuose de Robert estavam definitivamente enterrados.

Clara e Robert: simbiose e destruição

Nos anos seguintes inicia-se um romance entre ele e a segunda filha de seu mestre, Clara. Wieck fica horrorizado com a perspectiva de ter como genro o jovem – que agora taxa de beberrão e perdido – e se opõe com toda a autoridade paterna à ligação. Somente após uma longa batalha judicial Robert desposa Clara, em 1840.

O casal Schumann é possivelmente um dos mais anticonvencionais da história da música: uma mistura de simbiose, apoio incondicional e perniciosidade. Profissionalmente, Clara representou um papel complementar, quase compensatório na vida de Robert: à medida que ele era forçado a renunciar ao piano, ela ascendia como concertista. Uma carreira entrecortada, é certo, por freqüentes gestações (o casal teve oito filhos).

Alguns estudiosos chegam a classificar as notórias escapadas homossexuais do compositor durante os anos de casamento como um bem-vindo alívio para Clara. Cinismo à parte, a morte do marido foi uma libertação para ela, que pôde finalmente realizar seu brilhante destino de pianista, Clara Schumann sobreviveu ao marido ainda 40 anos, falecendo aos 77 anos em Frankfurt do Meno.

Augusto Valente

13/06/2010

“A música de Beethoven reflete, até o fim, a vontade de viver”

. entrevista publicada em 13.09.2008

. . com Kurt Masur

. . . fonte : Deutsche Welle

 

Um dos pontos altos do Beethovenfest 2008 é a execução do ciclo completo das sinfonias do compositor com a Orquestra Nacional da França sob a batuta de Kurt Masur. Uma entrevista com o maestro alemão de 81 anos.

Bonn: concertos no telão em praça pública

Bonn: concertos no telão em praça pública

Deutsche Welle: Por que o senhor se impõe o desafio de executar todas as nove sinfonias de Ludwig van Beethoven em quatro dias?

Kurt Masur: Sempre que falam de Beethoven, as pessoas acreditam ter formação musical. “Sim, um grande compositor, claro, e…” Ao entrar em detalhes, muitos vêem Beethoven freqüentemente como distração, intérprete das idéias da Revolução Francesa, com bocarra de leão e gestos combativos – e de humor aparentemente limitado. Minha meta é fazê-las entender como ele começou com sua primeira sinfonia. Nos termos de hoje em dia eu diria: tão mal comportado quanto possível.

 

Como concebeu este ciclo? Há algo assim como um arco total?

Claro que é um arco. É mesmo um pouco trabalhoso escutar as sinfonias número um, dois e três em uma noite. Porém, as duas primeiras são um pouco mais curtas e Beethoven só alcançou uma forma sinfônica verdadeiramente pessoal com a terceira.

E é isto o que quero demonstrar através deste exemplo: quem assiste o concerto compreende perfeitamente que a leveza, a poesia, o humor da primeira não têm absolutamente nada a ver com a terceira. E a declaração humanista da terceira, cuja dedicatória original era a Napoleão, como sabemos, e que foi rasgada por Beethoven, irado porque não queria se identificar com um imperador e com alguém que oprimia as pessoas.

Para mim, é decisiva a questão: até aonde vai nossa obrigação, como intérpretes, para com um ouvinte que ao primeiro acorde deseja perceber o espírito dessa música? Devo dizer: a Orquestra Nacional da França me deixa feliz. Nos preparativos, nos ensaios, estivemos à beira da exaustão, pois as sinfonias de Beethoven não são tão fáceis de tocar. Não se pode tocá-las com leveza, mas sim com seriedade. E é preciso levar o humor a sério, e possuir a rapidez com a qual Beethoven súbito muda o temperamento. Estas são coisas que queremos levar até o público. Senão é, enfim, “ah, o velho Beethoven, já conhecemos tudo mesmo”.

 

O senhor descobre ainda hoje em dias coisas novas em Beethoven?

Sempre. Não sabemos mais como os grandes solistas introduziam os temas musicais. E hoje há poucas exceções. Um Yo-Yo Ma, Lisa Leonskaia, Anne Sofie Mutter, eles sentem algo, preparam-se internamente para executar o próximo tema. E é daí que vem o encantamento da platéia.

 

Como explicar hoje Beethoven às pessoas? Isto é sequer possível?

A música de Beethoven é tão rica. Na realidade, não há nenhum sentimento humano que ela não tenha expressado. Seja Die Wut über den verloren Groschen (A raiva pelo tostão perdido) ou Für Elise (Para Elise), ou todas essas pequenas peças que, sabe-se, foram obras de ocasião, para mostrar reverência a uma bela menina ou mulher – apaixonado ele esteve a vida toda, disso sabemos. A tragédia de sua vida foi, quando compunha a Segunda Sinfonia, perceber pela primeira vez que a audição falhava. Foi aí que ele escreveu o Testamento de Heiligensatdt: “Oh, homens, que me considerais incontrolável ou desagradável, só quero dizer que sofro”.

Público vai às ruas em Bonn assistir a concerto sob a batuta de Kurt Masur

Público vai às ruas em Bonn assistir a concerto sob a batuta de Kurt Masur

A outra chave é a Carta à Amada Imortal, despedida de uma das mulheres com que tivera contato nessa época, em Teblitz. Ela não foi enviada, mas existe como documento. Quando executei a Oitava agora em Paris com a minha orquestra, contei aos músicos: “Vejam, Beethoven escreveu as primeiras oito sinfonias no espaço de pouco mais de dez anos. E após a Carta à Amada Imortal ele não escreveu durante dez anos mais nenhuma outra grande obra orquestral. Só então a Missa solene e ainda mais tarde a Nona“.

Precisamos imaginar como se sentia um homem que na época realmente não ouvia nada. Ele regeu a estréia [da Nona Sinfonia], porém atrás dele estava alguém que orquestra e coro pudessem seguir, pois ele mesmo estava totalmente confuso e não tinha o menor controle. Um homem que consegue a façanha de, no fim da vida, mais uma vez escrever uma mensagem para a humanidade. Ele se sentia importante o suficiente para acreditar haver recebido de Deus a missão para tal. Nada de sinfonia da despedida, como a Sexta Sinfonia de Tchaikovsky.

A última mensagem que esse homem doente, solitário e se sentindo miserável legou à humanidade foi: Alegria, bela centelha divina. Isto é grandeza. E dá força também àqueles que apenas escutam a música e que não sabem grandes coisas, pois eles percebem que esta música é plena de superação de dificuldades, melancolia e luto, e que reflete, realmente, sempre e até o fim, a vontade de viver.

Birte Strunz (av)

• • • •

20/05/2010

Beethoven: criado de muitos patrões?

. artigo publicado em 20.09.2008

. . fonte : Deutsche Welle

 

Qual era a relação entre Beethoven e os nobres? Financeiramente dependente deles, o músico sonhava com liberdade e revolução. Uma história de desilusões e ambivalências.

Monumento ao compositor em Viena

Monumento ao compositor em Viena

O Beethovenfest 2008, sob o slogan “Poder.Música”, questiona o papel desempenhado pela música em tempos sem liberdade, e como os poderosos se servem dela. E convida a mais uma pergunta: qual era a relação do próprio compositor com a nobreza? Dividido entre sustento e desapontamento, ele criou obras até hoje representativas da idéia de revolução. Mas terá ele sido criado de patrões demais?

Prometeu

Ainda em vida, a obra de Ludwig van Beethoven o elevou à categoria de mito. Ele se tornou o modelo do artista romântico, assim como do desejo de se libertar tanto de formas musicais como de concepções obsoletas do mundo.

O mestre de Bonn se tornou uma figura de identificação musical numa fase de reviravolta política, da era aristocrática para a burguesa. Ao escrever música para o balé As criaturas de Prometeu, Beethoven já se dedicava em 1801 a um tema altamente atual.

O semideus da mitologia grega Prometeu, portador da luz e patrono da humanidade, era o símbolo do Iluminismo e personificação mítica da revolução. Napoleão Bonaparte era considerado o “Prometeu moderno”.

Entre dependência e desprezo

Beethoven e Goethe encontram a família imperial em 1812

Beethoven e Goethe encontram a família imperial em 1812

Durante toda a vida, o músico alemão esteve dividido entre servir e desprezar a nobreza, entre o anseio pela revolução e a resignação. Sua atitude perante os poderosos foi sempre ambivalente. Entre esperança na nobreza e desilusão em relação a ela, oscilou todo o trajeto da vida de Beethoven.

Nascido em 1770, filho de um tenor da corte do príncipe eleitor, o menino-prodígio já era exibido à aristocracia aos 8 anos de idade. Aos 19, protestava pela primeira vez: o piano da corte era ruim, impossível tocar nele, afirmava. Era o ano da Revolução Francesa.

Porém a vida de um instrumentista e compositor era, na época, subordinada à corte e à Igreja. A convite do veterano Joseph Haydn, o jovem vai estudar em Viena. E resolve permanecer na cidade imperial, embora o príncipe eleitor de Bonn jamais o haja liberado oficialmente dos serviços de sua corte.

E Beethoven se tornou o queridinho da nobreza vienense. Graças a ela, foi um dos primeiros músicos verdadeiramente autônomos, independentes de postos na corte ou eclesiásticos. O Barão van Swieten, os príncipes Liechnowsky, Lobkowitz e Kinsky lhe pagavam respeitáveis benefícios anuais e pensões vitalícias. Beethoven foi ainda professor de piano do arquiduque Rudolf, para quem escreveu o Concerto triplo em dó maior opus 56, para violino, violoncelo, piano e orquestra.

Em torno de Napoleão

Embora quase exclusivamente financiado pelos nobres, Beethoven era extremamente desrespeitoso com eles. Considerando-se um cidadão livre, tachava seus mecenas de “ralé aristocrática” e os tratava de forma coerente com essa opinião.

Em Viena, era notório o entusiasmo do compositor pelas idéias liberais e pelo inimigo público número um, Napoleão. E no entanto, Beethoven escapou à censura e à polícia secreta austríaca. Em liberdade quase absoluta, até mesmo compôs em 1803 uma homenagem sinfônica a Napoleão: a Sinfonia nº 3, opus 55 (Heróica).

Montagem de 'Fidelio' na Ópera de Leipzig, 2005

Montagem de 'Fidelio' na Ópera de Leipzig, 2005

Apesar de fanático pela liberdade, o músico estava longe de ser um observador arguto da situação política. A virada de Napoleão, de herói revolucionário para absolutista, o consternou. Ao saber que o general francês se fizera coroar imperador, Beethoven rasgou a homenagem original da Heróica e dedicou a sinfonia a seu mecenas príncipe Lobkowitz, um nome representativo do Ancien Régime.

No ápice da fase antinapoleônica, o compositor escreveu em 1813 uma peça de guerra. Com A vitória de Wellington ou a Batalha de Vitoria, Beethoven se torna de um só golpe popular também entre a burguesia vienense. O elaborado espetáculo bélico-musical descreve em sons a derrota das tropas francesas pelo marechal inglês Arthur Wellesley, duque de Wellington, na cidade de Vitoria, no norte espanhol. Era o início da derrocada de Napoleão.

Fidelio

“Nada além de tambores, canhões, miséria humana de toda sorte”, exclamou Beethoven por ocasião da investida militar contra Viena, em 1809. Ele era um pacifista decidido, como fica claro em sua representação sonora de batalhas.

O músico reagiu ao Congresso de Viena de 1815, que definiria a nova ordem política na Europa, com a monumental cantata Der glorreiche Augenblick (O glorioso momento). Para ele, tudo o que contava era a vitória sobre Napoleão, o rebaixamento da França e a esperança na segurança e na liberdade reconquistadas.

Já em 1805, Beethoven denunciara a tirania e a ditadura em sua única ópera, Fidelio(de início intitulada Leonore). Entre os alvos desta crítica, estavam sem dúvida os invasores franceses de Viena.

Ode à Alegria

Frontispício da partitura da 'Nona sinfonia'

Frontispício da partitura da 'Nona sinfonia'

Desde a ditadura napoleônica, Beethoven não mais acreditava que rebelião corajosa e revoluções pudessem reverter hierarquias e depor tiranias. Quase todas as suas obras foram dedicadas a patronos nobres, quem quer que fossem.

Durante a vida inteira, ele serviu aos poderosos, vendendo-lhes sua música. E ao mesmo tempo sonhava com a independência em relação a eles. No fim da vida, realizou este sonho na Nona sinfonia, integrando nela a Ode à Alegria de Friedrich Schiller.

Um monumento humanista feito de sons, embora o dedicando da sinfonia seja o rei Frederico 3º da Prússia. Em 1824 a Nona sinfonia é estreada. Três anos mais tarde, morre Ludwig van Beethoven.

Dieter David Scholz (av)

• • • •

25/03/2010

Morre o ex-diretor do Festival de Bayreuth Wolfgang Wagner

. artigo publicado originalmente em 22.03.2010

. fonte  Deutsche Welle

* * *

Neto do compositor Richard Wagner conduziu o famoso festival de música durante mais de meio século, consolidando a fama mundial do evento dedicado à obra de seu avô.

O antigo diretor do Festival de Bayreuth Wolfgang Wagner, neto do compositor Richard Wagner, faleceu neste domingo (21/03), aos 90 anos, em sua residência na cidade de Bayreuth, no sul da Alemanha. Segundo a filha Katharina Wagner, ele morreu de causas naturais.

Wolfgang foi durante mais de meio século, de 1951 a 2008, diretor do famoso festival dedicado à obra de seu avô. Ele consolidou a fama do evento musical e trouxe para Bayreuth diretores como Pierre Boulez (em 1976, na encenação do Anel do Nibelungo), Götz Friedrich (Tannhäuser) e Christoph Schlingensief (que dirigiuParsifal na edição de 2004).

O prefeito de Bayreuth, Michael Hohl, disse que Wolfgang Wagner abriu o festival para diretores talentosos de todo o mundo e levou grandes dirigentes e solistas para a cidade.

Herança nazista

Em 1950, ele e seu irmão Wieland reorganizaram o festival criado pelo avô e desacreditado devido à proximidade da família com os nazistas. A primeira edição ocorreu já no ano seguinte.

O festival trazia consigo a herança maldita das ligações da família Wagner com os nazistas. A mãe de Wolfgang e antiga diretora do festival, Winifred, era amiga de Adolf Hitler e o apoiou desde o começo. O próprio líder nazista visitou Wolfgang num hospital militar, após este ter sido gravemente ferido em combate em 1939, na Polônia.

Em 1940, depois de ter deixado a frente de combate, Wolfgang passou a trabalhar no Festival de Bayreuth e também na Preussische Staatsoper, de Berlim. Em 1950, ele assumiu a reorganização do Festival de Bayreuth ao lado do irmão Wieland.

Regentes de fora

Nos primeiros anos, a direção do festival foi dividida entre os dois irmãos, cabendo a Wolfgang principalmente a parte organizacional, enquanto Wieland era o responsável pela maioria das encenações. A boa situação financeira do festival é creditada a Wolfgang.

Com a morte prematura do irmão, em 1966, Wolfgang ficou sozinho na direção do evento. Suas encenações eram frequentemente tachadas de conservadoras. Em 1969, ele abriu o festival para diretores de fora, tornando possíveis encenações que ficaram famosas, como o Anel do Nibelungo, de 1976, por Pierre Boulez e Patrice Chéreau.

Grandes regentes, como Hans Knappertsbusch, Daniel Barenboim e Christian Thielemann, se apresentaram no Festival de Bayreuth, que todos os anos atrai quase 60 mil fãs de música para a pequena cidade alemã.

Wolfgang se afastou do comando do evento em 1º de setembro de 2008, quando transferiu a direção para as meias-irmãs Eva Wagner-Pasquier, de 64 anos, e Katharina Wagner, 31 anos.

Revisão: Roselaine Wandscheer

13/03/2010

Heine e Schumann: vínculo musical

. artigo publicado originalmente em 12.03.2006

. . fonte : Deutsche Welle

 

Exposição reúne Heinrich Heine e Robert Schumann em Düsseldorf e celebra o Romantismo alemão.

Em comemoração aos 150 anos da morte do escritor Heinrich Heine e do compositor Robert Schumann, o Kunsthalle de Düsseldorf inaugura uma exposição neste domingo (12/03). A mostra, que poderá ser visitada até 11 de junho de 2006, tem como tema a ligação entre Heine e Schumann, o qual compôs aproximadamente 40lieder com base nos textos de Heine. Pessoalmente, os dois se encontraram apenas por alguns minutos em 1828, em Munique.

Manuscritos, livros, objetos pessoais e quadros tentam reproduzir o ambiente do século 19 na Alemanha, explicitando a contemporaneidade dos dois grandes representantes culturais da época. A exposição compõe-se de três partes: Sonhos enovo lied – Romantismo e revolução, com ênfase no período romântico alemão e nas mudanças então desencadeadas; Amor de poeta (Dichterliebe), título de um ciclo de canções de Schumann, enfoca a vida dupla, entre a música e a literatura; eNoite friaDoença e morte, abordando a sífilis que vitimou ambos, e seu sofrimento antes da morte.

Uma quarta seção está sendo preparada pelo Instituto Heinrich Heine e ilustrará a recepção da obra do poeta e suas influências, através de textos, quadros, desenhos, partituras e anotações. Trabalhos de estudantes da Academia de Artes de Düsseldorf baseados em ambas as obras deverão completar a mostra, a qual é o resultado do esforço conjunto do Instituto Heinrich Heine, do Kunsthalle de Düsseldorf, do Fundo de Pesquisas Robert Schumann e da Academia de Artes de Düsseldorf.

Heine: um escritor polêmico

Por muito tempo, Heinrich Heine ficou distante da lista de escritores alemães de prestígio, chegando até a entrar para o Index, a lista de livros proibidos pela Igreja católica. A visão revolucionária do poeta era incompatível com o governo alemão de sua época. Porém hoje seu estilo sagaz e ferino pode ser melhor compreendido.

Exilado na França, Heine descreveu suas impressões sobre o país natal. Entremeando em seus textos forte crítica político-social, ele nos fornece uma apresentação lancinante e, conseqüentemente, um duro julgamento da Alemanha.

Heine, considerado por muitos um intelectual cosmopolita, aberto a novas culturas, estava sempre atento, em seus textos, à vanglória política, que submeteu a crítica severa .

O escritor foi também uma das figuras centrais do movimento literário conhecido como “Jung Deutschland” (Alemanha Jovem), graças à consistência e congruência de suas opiniões, à originalidade de suas idéias e à estética de seus escritos. Sobretudo a prosa de Heine propõe inovações literárias relevantes.

Heine pode ser considerado o último poeta romântico alemão. Sua lírica com características populares, a ironia, o pessimismo presente na última fase de seu trabalho, a negação da burguesia e da realidade fixada no plano material estão fortemente ancorados no Romantismo.

O elokunstlied e sarcasmo

Ao conhecer a obra de Heine, Schumann encantou-se com seu humor sarcástico e amargo, percebendo nessa poesia os elementos necessários para compor magníficos exemplos de lieder românticos.

Para o músico, a poesia de Heine retratava bem o espírito da época: os sentimentos não sob a forma do excesso amoroso, mas como reflexo do desespero existencial; o amor entremeado pelo encanto do medo e da solidão.

Entretanto, duras críticas recaíram sobre o compositor, que o acusaram de negligenciar o conteúdo irônico do poeta. Contudo, o barítono Dieter Fischer-Dieskau afirma que o compositor “foi capaz de traduzir como poucos uma expressão artística similar à proposta por Heine, com suas qualidades críticas e sua intensidade”.

O famoso cantor acredita ainda que os textos selecionados por Schumann “representam bem as contradições internas do indivíduo e, portanto, as suas próprias. […] Nuances, um espírito despedaçado, alegria tornando-se melancolia, tristeza que se transforma em exuberância e sarcasmo, tonalidades da pintura do crepúsculo, imagens da morte olhando por sobre os ombros de meninas – Schumann utilizou todos estes estados de espírito e imagens encontradas na poesia de Heine para desenvolver sua forma única de compor um lied“.

Gênero nascido nos castelos, na igreja e nas ruas

kunstlied – canção artisticamente elaborada – originou-se de três fontes: a lírica trovadoresca medieval, na qual o poeta devia encontrar as palavras que melhor se encaixavam na melodia composta (daí o nome trovador, do francês trouver“achar”); os cânticos religiosos, passando do canto gregoriano ao hino protestante; e, finalmente, a canção popular (volkslied), com suas características formais próprias, tanto poéticas quanto musicais.

Após uma parcial perda de popularidade, o lied retoma fôlego no final do século 18 e começa a se transformar no kunstlied propriamente dito. O piano, antes mero acompanhamento, torna-se autônomo e parte integrante da composição musical, chegando a atuar como narrador e comentarista.

Destacam-se, aqui, as contribuições de Ludwig van Beethoven, onde a música reflete a seriedade e profundidade dos textos poéticos; e de Franz Schubert, cujo conjunto – incluídas as obras baseadas em poemas de Heine e Goethe – consta como o mais importante do gênero.

Dichterliebe: auge do trabalhoconjunto

Schumann recorreu a Heine pela primeira vez no Liederkreis op.24. Este ciclo vocal se baseia em nove poemas retirados da primeira parte do Livro das Canções (Buch der Lieder) e apresenta postlúdios extensos de piano, uma característica marcante do compositor.

Em Die feindlichen Brüder (Os irmãos inimigos), Schumann utilizou quatro dos 20 contos de Heine em forma de balada. Estes são marcados por suas tiradas sarcásticas sobre as lendas, como no conhecido conto da Loreley. Entretanto, na composição de Schumann, a balada aparece de uma forma simples e direta, sem o sarcasmo sutil de Heine.

Seguiram-se outras composições sobre textos do escritor, como BelsazarDie beiden Grenadiere (Os dois granadeiros), culminando em Dichterliebe op. 48. Para este, Schumann selecionou 16 poemas da seção Lyrisches Intermezzo e reordenou-os, obtendo resultados comoventes.

Os lieder do ciclo se interrelacionam, formando um conjunto orgânico. Os substanciais postlúdios pianísticos podem ser quase considerados canções à parte. Passando do otimismo sonhador ao desespero e à melancolia, a composição evoca um vasto espectro de emoções. Dichterliebe constitui um apogeu da obra schumanniana e um marco do período romântico.

Düsseldorf: berço de Heine, fim da linha para Schumann

Apesar desses resultados brilhantes, a frutífera conexão terminou bruscamente. Ao saber que Heine havia insultado o seu amigo Mendelssohn, Schumann cessou qualquer tipo de contato com o escritor ou sua obra.

Encerrou-se assim um produtivo capítulo da história da música alemã, agora revivido na exposição de Düsseldorf, cidade renana onde Heine nasceu e Schumann viveu seus últimos anos.

Flávia Magalhães

07/03/2010

Carta do compositor alemão Robert Schumann é descoberta em arquivo

. artigo publicado em 04.03.2010

. . fonte : Deutche Welle

* * *

Aos 18 anos, o estudante de Direito e futuro compositor escreveu uma carta ao seu tutor, pedindo ajuda financeira para se manter em Leipzig. Documento descoberto no arquivo de Zwickau revela detalhe de sua juventude.

O bibliotecário Jürgen Schünzen encontrou na noite desta terça-feira (02/03) uma carta até agora desconhecida do compositor romântico Robert Schumann (1810-1856). A carta, datada de 15 de junho de 1828, foi descoberta no arquivo da cidade alemã de Zwickau, durante os preparativos para a mostra Schumanniana, a ser inaugurada neste sábado (06/03).

Segundo Schünzen, o documento foi encontrado em uma ata “pouco pesquisada” do arquivo. “Dificilmente alguém no último século a teve em mãos”, contou.

Na época em que redigiu a carta, Schumann acabara de completar 18 anos e começara a estudar Direito em Leipzig, cidade no leste da Alemanha. Segundo Schünzen, não foi fácil decifrar a carta em que o jovem pede ajuda financeira ao seu tutor, o empresário Johann Gottlob Rudel.

Antes de morrer, em 1826, o pai do compositor, August Schumann, havia se disposto a financiar os estudos do filho, contou Schünzen. Para isso, o jovem estudante tinha que se dirigir ao seu tutor.

A carta explica que apenas o aluguel lhe custava por ano entre 50 e 60 táleres, antiga moeda alemã. O jovem escreve que 25 táleres por mês eram suficientes para sua subsistência e pergunta como o dinheiro poderia chegar às suas mãos.

Schumann foi um dos músicos mais aclamados da primeira metade do século 19. Suas composições para piano e seus lieder estão entre as principais obras do romantismo. O compositor nasceu há 200 anos em Zwickau, cidade na qual a carta foi descoberta.

DD/ap/dpa
Revisão: Simone Lopes

* * * *

26/02/2010

Kurt Masur: Sinfonias de Beethoven em mp3

. fonte : Deutsche Welle

O maestro alemão Kurt Masur rege a Orquestra Nacional da França com quatro das sinfonias de Ludwig van Beethoven: a Terceira (Heróica), Quinta (Do Destino), Sétima e Oitava.

Clique nos links abaixo para escutar os arquivos MP3 ou baixá-los para o seu computador.

ÁUDIOS E VÍDEOS SOBRE O TEMA

23/02/2010

Biografia e música unem e separam contemporâneos Chopin e Schumann

. artigo publicado em 22.02.2010

. . fonte : Deutsche Welle

 

chopin e schumann

chopin e schumann

Ambos os compositores românticos nasceram em 1810. Duas vidas conturbadas, mortes prematuras, a paixão pelo piano. O alemão admirava o polonês incondicionalmente, sem retribuição. Na música de ambos, ecos da liberdade.

“Tirem o chapéu, senhores: este é um gênio!” Este elogio derramado, publicado em 1831 no jornal musical de Leipzig Allgemeine Musikalische Zeitung, referia-se a um compositor praticamente desconhecido. Ele acabara de apresentar na sala de concertos Gewandhaus seu opus 2, as Variações para piano e orquestra sobre ‘La ci darem la mano’, uma ária do Don Giovanni de Mozart.

O astro da noite, chamado Frédéric Chopin, era filho de uma polonesa com um imigrante francês. Seu local do nascimento foi Zelazowa Wola, próxima de Varsóvia, porém a data é incerta: ou 22 de fevereiro – como se acreditava até há pouco – ou 1º de março de 1810 – mencionada repetidamente por Chopin, nas cartas à mãe. Logo após seu nascimento, a família mudou-se para a capital polonesa, onde o talento musical precoce de Frédéric pôde se desenvolver.

A estreia de Chopin na Alemanha esteve ligada ao primeiro sucesso de um publicista apenas alguns meses mais novo do que ele: Robert Schumann, nascido em 8 de junho de 1810 na cidade de Zwickau, na Saxônia. Ele também aspirava a uma carreira como pianista e compositor e, paralelamente escrevia resenhas musicais.

Crítica musical humanista

Através da mencionada crítica, o colega polonês tornou-se imediatamente conhecido em todo o país. Uma vez que, durante anos, Schumann oscilara entre a literatura e a música, ele dava forma poética a suas resenhas, do mesmo modo que a parte de suas composições.

Uma fonte de inspiração central era o autor Jean Paul. Da mesma forma que este se apresentava através das personagens Walt e Vult, Schumann dividia sua personalidade entre o combativo Florestan e o suave Eusebius.

Em 1834, o músico alemão assumiu a direção redacional da revista Neue Zeitschrift für Musik. Na apreciação sobre os dois concertos para piano e orquestra de Chopin, publicada dois anos mais tarde, Schumann pôs à prova todas as suas qualidades como publicista musical: julgamento musical seguro, linguagem exuberante, engajamento por uma sociedade humanista, aberta, que atravessasse fronteiras.

Ao atribuir ao colega polonês “uma qualidade nacional forte, original”, ele se pronuncia a favor do vizinho povo polonês, dividido entre a Rússia, a Prússia e a Áustria, e duramente massacrado, sobretudo após o fracasso do levante de 1830-31 contra a ocupação czarista. Ao mesmo tempo prestava reverência a Paris, cidade para a qual Chopin emigrara, e à bem-sucedida revolução lá ocorrida em julho de 1830.

Unidos e separados

É patente que Frédéric Chopin não retribuía plenamente o entusiasmo que Schumann lhe dedicava. Ele sorriu dos elogios exacerbados da primeira crítica, e a música do colega não lhe interessava.

No entanto, houve encontros amigáveis. Chopin visitou Leipzig pela primeira vez em 1835, quando apresentou sua Primeira balada, em sol menor a Schumann, e mais tarde a dedicou a ele.

O compositor alemão respondeu com o ciclo pianísticoKreisleriana, que igualmente traz características de balada. Enquanto Chopin se deixara inspirar pelo poeta nacional polonês Adam Mickiewicz, Schumann se apoiou no maestro Kreisler, personagem do romance fantástico Gato Murr, de E.T.A. Hoffmann.

Chopin e Schumann: há tanto para unir quanto para separar esses dois expoentes da música do Romantismo. O primeiro escreveu quase exclusivamente para o piano, o segundo também explorou outros gêneros. Com seus ritmos de dança e seu bel canto pianístico, Chopin alcançou maior popularidade.

Porém o mais cerebral Schumann é responsável por pelo menos dois hits que competem com a famosa marcha fúnebre da Sonata em si menor chopiniana: a peçaTräumerei (também conhecida como Rêverie – sonho, divagação) das Cenas infantis, e o primeiro movimento da Terceira sinfonia, ‘Renana’.

Morte e liberdade

Objetos de filmes e livros, ambas as vidas foram obscurecidas pela tragédia. Chopin teve que se separar de sua companheira George Sand, mais velha e dominante, e em 17 de outubro de 1849 – aos apenas 39 anos de idade – faleceu em Paris de tuberculose, que o consumira durante anos.

O depressivo Robert Schumann foi enviado, com 44 anos incompletos, para o asilo para doentes mentais de Endenich, nas cercanias de Bonn, de onde só a morte o libertaria, em 29 de junho de 1856.

Para certos ouvintes mais alertas, a música dos dois clama por liberdade. O filósofo Theodor W. Adorno escreveu assim sobre Chopin: “É preciso ter os ouvidos tapados para não compreender que a Fantasia em fá menor chopiniana é uma espécie de música de triunfo trágico-decorativa, dizendo que a Polônia não estava perdida”.

O mesmo teórico musical afirmaria sobre a obra do contemporâneo alemão: “Nas citações da Marselhesa de Schumann ecoa, enfraquecido, o alvoroço da revolução burguesa, como em sonhos”.

Autor: Giselher Schmidt / Augusto Valente
Revisão: Alexandre Schossler

. . . .